terça-feira, 30 de junho de 2009

RIO PARANÁ
























RIO PARANÁ
Formado pela na confluência dos rios Paranaíba e Grande, o Rio Paraná é o segundo rio em extensão na América do Sul e o décimo do mundo em vazão.
Sua bacia abrange mais de 10% do território nacional incluindo parte dos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Seus principais tributários são os rios Tietê, Paranapanema, Iguaçu e Paraguai.

Entre os municípios de Guaíra e Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná, ocupa 170 quilômetros de trecho contíguo aos territórios brasileiro e paraguaio, onde foi formado o Reservatório para o aproveitamento hidrelétrico de Itaipu.

A jusante de Itaipu, segue seu curso fazendo divisa entre Argentina e o Paraguai até receber seu maior afluente, o Rio Paraguai, formando juntamente com o Rio Uruguai a Bacia do Prata.

Bacia Hidrográfica do Paraná
A rede hidrográfica do território paranaense que drena suas águas diretamente no Reservatório de Itaipu é denominada Bacia do Paraná III. Com 8.000km2 e podendo ser subdividida em 13 sub-bacias essa área envolve total ou parcialmente os municípios de Altônia,Cascavel, Céu Azul, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Foz do Iguaçu, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Candido Rondon, Maripá, Matelândia, Medianeira, Mercedes, Missal, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pato Bragado, Quatro Pontes, Ramilândia, Santa Helena, Santa Teresa do Oeste, Santa Teresinha de Itaipu, São José das Palmeiras, São Miguel do Iguaçu, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa, Toledo e Vera Cruz do Oeste.
Entre os rios que formam a bacia podemos destacar o São Francisco que nasce em Cascavel, o Guaçu, que nasce em Toledo, o São Francisco Falso, que nasce em Céu Azul, o Ocoí, que nasce em Matelândia; além do São Vicente e Passo Cuê.
Cerca de 900.000 pessoas habitam os 28 municípios que a compõem, destacando-se quatro deles com populações entre 70 e 260 mil habitantes.
Relativamente ao IDH-M, os índices situam-se entre 0,850 e 0,676 e o saneamento básico atende pouco mais de 50% das maiores aglomerações, com índices precários nos pequenos centros urbanos.
A economia baseia-se no setor primário, com alguns focos de forte industrialização e concentração turística na parte sul, região da tríplice fronteira com a Argentina e Paraguai.

Dados Técnicos:
Área: 1.350 km2 cota normal operacional (770 km2 estão do lado brasileiro e 580 km2 no lado paraguaio).Volume de água: 29 bilhões de m3Extensão: 170 kmLargura máxima: 12 kmLargura média: 7 kmProfundidade: média - 22,5mMáxima 170m (próximo à barragem)Nível normal operacional (cota): 219,00 a 220,30 metros acima do nível do marNível máximo: 223,10 metros acima do nível do marNível mínimo: 197,00 metros acima do nível do mar
Outros dados:
O Reservatório possui 66 pequenas ilhas, das quais 44 estão na margem brasileira e 22 na paraguaia.
Grande parte dos 29 bilhões de metros cúbicos de água represada no Reservatório é renovada em média a cada 32 dias.
Fauna aquática
Produção pesqueira anual: média de 1.450 toneladas
Um total de 189 espécies de peixes vivem no Reservatório de Itaipu. As mais abundantes na pesca profissional são:
1ª Armado 36%
2ª Corvina 16%
3ª Mapará 9%
4ª Curimbatá 6%
5ª Barbado 6%
Pescadores
Até a formação do Reservatório de Itaipu, em 1.982, as duas colônias de pescadores então existentes reuniam 113 filiados no trecho do rio Paraná que vai de Foz do Iguaçu a Guaíra.
Atualmente, cerca de 500 pescadores profissionais, agrupados em 05 colônias e 03 associações, sobrevivem da pesca no Reservatório. Se esse número for somado ao dos pescadores esporádicos, que têm outras atividades, eleva-se para cerca de 800.
Usos múltiplos instalados na margem brasileira do Reservatório
9 praias artificiais localizadas nos municípios de Santa Helena, Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Itaipulândia, Mercedes, Porto Mendes, São Miguel, Missal, Entre Rios do Oeste.
435 corredores usados pelo gado para tomar água. Esses acessos cortam a faixa de proteção e são chamados de corredores de dessedentação.
2 pontos de captação de água para consumo humano, um em Foz do Iguaçu e outro em Santa Terezinha de Itaipu.
30 pontos de captação de água para irrigação de culturas agrícolas.
24 pontos de captação de água para usos diversos (exceto irrigação).
5 portos de descarga de areia.
3 portos de travessia: Santa Helena, Porto Mendes, Pato Bragado e Guaíra.
63 pontos de pesca.
7 criadores de peixes em tanques-rede (meta de expansão até dez/2005-200 criadores, principalmente pescadores).
6 bases náuticas: Foz do Iguaçu, Entre Rios do Oeste, Guaíra, Itaipulândia, Marechal Cândido Rondon e Santa Helena.
Tamanho
O Reservatório de Itaipu é o sétimo em tamanho do Brasil.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

SÍMBOLOS MUNICIPAIS

BANDEIRA DE RUBINÉIA
BRASÃO DE RUBINÉIA





LEI Nº 345/82

ADELINO ANTÓNIO ALVES, Prefeito Municipal de Rubinéia, Estado de São Paulo, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, etc.
FAZ SABER que a Câmara Municipal decretou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

DISPÕES SOBRE OS SÍMBOLOS DO MUNICÍPIO DE RUBINÉIA E DA OUTRAS PROVIDENCIAS

Artigo 1º) -. São símbolos do Município de Rubinéia

I - Brasão de Armas;
II - A Bandeira Municipal»

Artigo 2º) – O Brasão de Armas do Município de Rubinéia, idealizado pelo Heraldista e vexilologo, Sr. Lauro Ribeiro Escobar, assim se descreve: escudo ibérico, de prata, com um leão rompante de púrpura, entre duas rosas sustida, ao natural, chefes de goles carredo de dois machados de ouro, passados em aspa e contra-chefe ondado de blau aguado do campo. O Escudo é encimado de coroa mural de prata, de oito torres, suas portas abertas de sable e tem como suportes, a dextra, um ramo de cafeeiro e a sinistra, uma haste de milho, carregados ao pé respectivamente, de um feixe de arroz e um ramo de feijoeiro, tudo folhado e produzindo, ao natural. Listel de goles, com o topônimo “RUBINÉIA”, em letras de ouro.

Artigo 3º)- 0 Brasão de Armas ora instituído, tem a seguinte interpretarão:
I - 0 escudo ibérico era usado em Portugal à época do desco­brimento do Brasil e sua adoção evoca os primeiros colonizadores e desbravadores de nossa Pátria.
II - 0 metal prata do campo do escudo, tem o significado de felicidade, na pureza, temperança, verdade, franqueza, formosura, integridade e amizade, a sublinhar o clima de compreensão e harmo­nia de que desfrutam os Munícipes.
III - 0 leão rompante (levantado sobre as patas traseiras) simboliza força, coragem, mando domínio, grandeza de ânimo, soberania, gravidade, autoridade e liberdade. 0 leão rompante de púrpura é peça das armas da família Silva, evocando, no Brasão de Armas de Rubinéia a figura pioneira de Felix Bento da Silva.
IV - As rosas constituem o atributo de Santa Terezinha, sob cuja invocação, foi, em 3 de outubro de 1 952, lançados os alicerces do nosso Município. E a rosa, emblema heráldico de beleza, graça, juventude, suavidade, nobreza, honra imaculada e pureza de costumes.
V - 0 chefe ocupa a parte superior do escudo e é a primeira das peças honrosas de primeira ordem.. A cor goles (vermelho), é representativa de audácia, coragem, valor, galhardia, intrepidez, nobreza conspícua, generosidade e honra, aludindo aos predicados dos primeiros povoadores do local, legados as seus posteiros, cujo esforço propiciou a formação e desenvolvimento do povoado, hoje sede do Município.
VI - Os machados salientam o trabalho eficiente e evocam o episódio histórico da derrubada de duas aroeiras, no local onde hoje se situa a Praça da Matriz, por Manoel Cândido de Azevedo, ali mesmo lavradas a machado e transformadas no cruzeiro que presidiu o nascimen­to do povoado. O metal ouro, significa riqueza, esplendor, generosidade, nobreza, gloria, poder, força, fé, prosperidade e soberania.
VII- 0 contra-chefe (peça situada na parte inferior do escudo), ondado da blau (azul) e aguado de prata, representa os grandes cursos de água, referindo-se, pois, a riqueza hidrográfica do Município, em especial ao Rio Paraná e à vasta massa líquida formada pela barragem de Ilha-Solteira.

VIII - A coroa mural é o símbolo da emancipação política, e, de prata, com auto torres, das quais unicamente cindo são visíveis, constituem a reservada às cidades. As portas abertas de sable (preto) proclamam o caráter hospitaleiro do povo de Rubinéia.

IX - 0 ramo de cafeeiro, a haste de milho, o feixe de arroz e o ramo de feijoeiro, atestam à fertilidade das terras generosas de Rubinéia e indicam que as lidas do campo constituem fator básico de economia Municipal.

X - No listel, o topônimo "RUBINÉIA" identifica o município.

Artigo 4º) - A Bandeira de Rubinéia, de autoria do heraldista e vexilologo, Dr. Lauro Ribeiro Escobar, assim se descreve: retangular de amarelo, com triângulo de vermelho, movente da talha, carregado de um triângulo de branco, sobrecarregado do Brasão de Armas descrito no Artigo 2º.

Artigo 5º) - Tem a bandeira 14 m (quatorze módulos) da altura, por 20 m (vinte módulos) de comprimento triângulo vermelho, tem a base s coincidente com a talha e 17 m (dezessete) módulos de altura o triângulo branco, tem a "base sobreposta a do primeiro e 12 m (doze;) módulos de altura e o Brasão de Armas tem 6 m (seis) Módulos de altura.

Artigo 6º) - 0 Brasão de Armas de Rubinéia é exclusivo do Poder Municipal e será usado:

I - Obrigatoriamente,
- nos documentos, demais papéis e correspondências Oficial.
o Gabinete do Prefeito Municipal e na sala das sessões Câmara Municipal, ou melhor, na Câmara de Vereadores.
II - Facultativamente,
- na fachada dos Edifícios Públicos;
- nos veículos oficiais e
- nos locais onde se realizam festividades promovidas pela Municipalidade.

Artigo 7º}- A apresentação e sinais de respeito devidos aos Símbolos de Rubinéia, regular-se-a, no que couber, pela legislação federal.

Artigo 8º) – É proibida reprodução dos Símbolos de Rubinéia, ou sua manutenção, em locais ou situações incompatíveis com o decoro, bem como em propaganda comercial ou política.

Artigo 9º) - Mediante expressa autorizarão e a exclusivo crité­rio do Prefeito Municipal, poderão os Símbolos de Rubinéia ser reproduzidos em distintivos, selos, medalhas, adesivos, flâmulas, bandeirolas, objetos artísticos ou de uso pessoal, em campanhas cívicas, assistenciais, culturais ou de divulgação turísticas.
§ 1º) - As reproduções deverão obedecer às proporções e cores m originais, ficando para tais arquivados na Prefeitura Municipal, exemplares destinados a servir de modelo,
§ 2º) - Para a reprodução monocromática do Brasão de Armas, é obrigatória a representação de seus metais e cores de acordo com a convenção em heráldica internacionalmente aceita.

Artigo 10 – O poder Executivo, mediante Decreto, estabelecerá as sanções para as infrações dos dispositivos desta lei.

Artigo 11. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em. contrário, em especial a Lei 98/68 de 20 de maio de 1968.

Prefeitura Municipal de Rubinéia, 12 de Junho 1982,


Adelino Antonio Alves
Prefeito Municipal

Registrado no livro próprio e publicado por afixação no local de costume na sua data supra, com arquivamento de cópias no Cartório de Registro Civil e anexos Local.

sábado, 27 de junho de 2009

Programa Navega São Paulo realizou curso de Canoagem






























Programa Navega São Paulo realizou curso de CanoagemDesde a implantação do Programa Navega São Paulo em Rubinéia, que tem sido desenvolvido através de um convênio entre a Prefeitura e a Secretaria Estadual da Juventude, Esporte e Lazer, já foram ministrados dois cursos, o de Vela e o de Canoagem.O primeiro teve duração de cinco dias e foi realizado no mês passado, já o de Canoagem ocorreu no domingo e segunda-feira passada, dias 12 e 13, no antigo Ipanema, com a participação de oito monitores e instrutores que trabalharão no projeto.O Navega São Paulo atenderá adolescentes de 12 a 15 anos, matriculados na rede pública de ensino e é considerado uma ação social da Secretaria da Juventude, Esporte e Lazer que utiliza os esportes náuticos do remo, vela e canoagem como ferramenta de inclusão social, além de trabalhar a capacidade motora, social, de civismo, consciência ecológica, espírito de equipe e cidadania nos jovens atendidos.Para cada núcleo são repassadas embarcações a remo, de canoagem e à vela, além de embarcações de apoio, coletes e uniformes. Os alunos ainda recebem reforço alimentar e é oferecido treinamento para instrutores e monitores, como os cursos que aconteceram em Rubinéia recentemente. Dentre os principais objetivos do projeto estão recuperar a “maritimidade”, bem como cultivar a cultura náutica e garantir a integração social dos adolescentes integrantes do projeto.De acordo com os responsáveis pelo navega em Rubinéia, inicialmente serão atendidas 80 estudantes daquele município, que será a primeira turma a ser formada, depois, o projeto se estenderá para os adolescentes da região, sendo que, num ano, deverão ser atendidos 300 adolescentes. E, já está sendo preparado um novo curso para os instrutores e monitores, o de Remo.Quanto à importância do Navega São Paulo para Rubinéia, foi ressaltado que essa é uma região propícia para prática de esporte náutico, além disso, os assistidos participarão de aulas extracurriculares de primeiro socorros, noções de meio-ambiente e proteção ambiental, entre outros temas. Por isso, também, há intenção de firmar parceria com a rede pública de ensino para incluir o Navega como oficina na grade escolar das escolas de tempo integral, a fim de não sobrecarregar as aulas de finais de semana. Esse programa é realizado em parceria com a Marinha, Sabesp e Confederação dos Esportes Náuticos.

DEPOIMENTOS DE MORADORES DE RUBINÉIA/SP


Um lugar debaixo d'água
A relação dos moradores com o rio que inundou sua cidade; galeria de fotos e vídeo exclusivos acompanha a matéria.
Por André Seiti

A ausência de vento e a calmaria da madrugada eram interrompidas apenas pelo constante bater das águas do Rio Paraná, invisível na escuridão. Silencioso, um grupo de pescadores fazia os últimos preparativos para embarcar, na esperança de que algumas centenas de peixes tivessem sido presas pelas tralhas armadas rio adentro. Ainda era escuro quando o barulho dos motores dos barcos anunciou a partida. Sob o caminho a percorrer, não estavam apenas milhões de metros cúbicos de água, mas também poetas, escritores e uma cidade alagada pelo Paraná.
Em vez de pedestres e carros, corvinas, tucunarés e outros peixes transitam pelas vias da antiga pequena cidade paulista de Rubinéia, que, desafiando tempo e espaço, proporciona em seus cruzamentos o encontro de Machado de Assis, Cecília Meireles, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e muitos outros, todos os nomes de ruas da cidade submersa. Alagada em 1970, devido à construção da usina hidrelétrica de Ilha Solteira, Rubinéia foi reconstruída com os mesmos nomes ilustres em suas ruas, e hoje a cidade velha, tomada pela água, serve de passagem para muitos pescadores que se lançam ao rio. O tempo e o rio
Às 5 e meia, já sob a luz da manhã do dia 5 de março, que permitia avistar o estado de Mato Grosso do Sul, um barco de 6 metros de comprimento, com dois pescadores, Milton Martins e Levi Salvino, moradores de Rubinéia, começava a recolher as redes armadas no dia anterior. Enquanto o primeiro puxava a tralha da água, o segundo retirava os peixes presos. Um trabalho que exige paciência, resistência e coragem. Não são raras as vezes que Milton recolhe da água piranhas pouco amistosas, amansadas com pauladas na cabeça dadas por Levi. São 3 mil metros de rede divididos em seções, devidamente distanciadas de acordo com a legislação pesqueira de São Paulo. No entanto, a lei não é a mesma ao longo do Rio Paraná. Nas proximidades de Mato Grosso do Sul e nos afluentes que rumam àquele estado, vigora outra legislação, que já apreendeu muitos barcos e redes de pescadores paulistas. Liberto Quiozini, o Lico, pescador há mais de 22 anos, chegou a ser preso em uma fiscalização no rio, além de ter seu barco e equipamentos apreendidos. Ele, que possui todas as autorizações do estado de São Paulo para pescar, estava em região mato-grossense. Apesar dos entraves jurídicos que pairam sobre o rio, ele não titubeia: "O Paraná significa tudo para mim, porque é de lá que eu tiro o sustento da minha família. O Paraná é nossa mãe". Lico, que constrói seus próprios barcos há cinco anos, recorda também o tempo da antiga Rubinéia, quando o rio era baixo. "A gente sente saudade daquele tempo, hoje a gente vai se adaptando." Uma saudade semelhante toma conta de outro pescador da cidade, Juraci Tomé, o seu Jura, que, na década de 1960, costumava fazer a travessia São Paulo-Mato Grosso do Sul a nado pelo Paraná. "O rio antes era melhor. Naquele tempo só pegava peixe grande, era caranha, pintado, curimba, piau, jaú, dourado." Seu Jura foi um dos moradores que tiveram de abandonar sua casa por causa da inundação. "A turma da Cesp [Companhia Energética de São Paulo] chegou e a gente teve que ir embora." Hoje navega diariamente por cima de sua antiga casa; ele faz parte do grupo de pescadores que vai e volta no mesmo dia, diferentemente daquele que passa a semana dentro do rio, em busca de grandes quantidades de peixe. Tanto seu Jura quanto Lico dividem uma admiração particular pelo rio. "Gosto dele, tem que gostar, é a profissão da gente pescar", explica seu Jura. É tanto o gosto pelo Paraná, que ele utilizava sua água para tudo: beber, cozinhar e se banhar. "Ela era limpinha, só algumas vezes que passava algum defunto girando com a barriga inchada", explica. "Até hoje, de vez em quando, bebo a água do rio, não tem essas frescuras." Para Lico, a experiência de estar no Rio Paraná é única. "Lá não tem dor de cabeça, não tem problema; quando você está lá, você está em outro mundo", afirma. "O tempo parece que não passa. O relógio é o sol." Rosimeire Quiozini, esposa de Lico e também pescadora, complementa: "A gente não liga o rádio, não olha nem o relógio. Lá a gente tem mais tempo de analisar as coisas bonitas, um pássaro, um animal, uma árvore”. As mulheres pescadoras têm forte presença no Rio Paraná. Rosilene dos Santos Gagliarde, conhecida como Binha, e o marido, Vanildo Finêncio Gagliarde, apelidado de Vando, pescam juntos há 18 anos, o mesmo período em que estão casados. "Quando a gente se casou, ele me ensinou a pescar e hoje gosto muito disso", diz Binha. O casal, durante o período aberto à pesca, costuma permanecer cinco dias por semana no rio.
Antonio Carlos César, o Carlão, e Aparecida de Abreu, a Cida, são outros casais de pescadores conhecido na cidade. Em 2006, ambos viveu uma experiência delicada. Enquanto pescavam na margem de um afluente do Paraná, foram surpreendidos por um enxame. Coberto de abelhas, Carlão empurrou o barco com a mulher por mais de 150 metros - uma vez que o motor teimava em falhar. Chegou a cair no rio sentindo fortes dores e falta de ar. Nesse momento, ouviu a mulher, também coberta de abelhas, chamá-lo para dentro do barco. Após conseguir ligar o motor, o casal viajou por mais de 40 minutos até chegar ao desembarcadouro de Rubinéia. Estima-se que Cida tenha sido picada por aproximadamente 600 abelhas e Carlão por cerca de 800. Apesar da experiência, ele diz ainda preferir estar em água a estar em terra. "Eu gosto muito de ficar observando aquilo que é natural que é puro; do rio dá pra ver melhor isso", conta. Quanto ao ataque das abelhas, ele acredita ser uma reação do desequilíbrio ambiental causado por interferências humanas no ecossistema, como construções de hidrelétricas que mudam o curso de rios. "Aquilo que o progresso exige muitas vezes acaba prejudicando a natureza.” A seca não seguiu.
Quando saiu de Areias, interior de São Paulo, e chegou à fronteira com Mato Grosso do Sul há 55 anos, Gersino Alves se espantou. "Eu não conhecia rio bonito assim, quando cheguei à beirada do rio, deu aquele medo, parecia que era uma neblina, perguntava: isso é água ou é fumaça?", recorda. "Lá de onde eu venho só tem Corguinho simples." Sem saber nadar, seu Gersino, que trabalha como ferreiro, tentou ir de barco sozinho até Aparecida do Taboado, cidade mato-grossense do outro lado do Paraná. "Fiquei girando no meio do rio sem perceber, até que gritaram para mim que eu não estava saindo do lugar." Hoje, o ferreiro não se aventura mais em travessias pelo rio, apenas se banha em suas águas, ritual que segue desde que conheceu o Paraná. Quem também se espantou no primeiro contato com o Paraná foi Expedito Martins Neto. Cinqüenta anos atrás, sentado sob uma sábia em Baturité, no Ceará, ele fez um pedido a Deus: queria um lugar longe da seca para criar os filhos. Em 1963, chegou a Rubinéia, onde comprou um terreno de dois alqueires à beira do Rio Paraná. Lá, com a mulher, Anália Martins, criou os dez filhos, com fartura de água. "Quem pediu a Deus para criar os filhos só tem mesmo que amar o rio." Segundo ele, mais de 30 pessoas já fizeram propostas para comprar o terreno, mas nenhuma obteve sucesso. "A vida tem muita lombada, o que eu pedi a Deus eu tenho que respeitar. Aqui eu não vendo." Atualmente, aos 80 anos, criam em seu terreno 19 cabeças de gado. Ao se aproximar do rio, localizado no quintal de sua casa, seu Expedito fica imóvel com as mãos na cintura. "Aqui é lugar bom de viver, saiba viver." Logo se cala e o silêncio só é interrompido pelo constante bater das águas do Rio Paraná, visível em sua imensidão.


Mergulhadores exploram Rubinéia submersa
Sob as águas do Paranazão, equipe localiza ruínas da cidade inundada.

Foi em 1973 que a construção da hidrelétrica de Ilha Solteira, alagou a velha cidade de Rubinéia nas águas do Rio Paraná e, uma nova cidade surgiu próximo ao local. A transferência da população para a "Nova Rubinéia" foi feita com tempo hábil da maioria das edificações serem demolidas da antiga cidade e pouco sobrou no momento da inundação.
A equipe de mergulhadores de Fernandópolis, formada pelos empresários Clacir Colassiol, Adão José Martins e Gilberto Musto, realizou dezenas de mergulhos durante os últimos 18 meses a fim de explorarem o local que está há 12 metros de profundidade. Tecnicamente os mergulhos são "rasos" proporcionando um período maior de permanência dos mergulhadores junto às ruínas, facilitando assim a pesquisa.
As condições climáticas interferem diretamente nos mergulhos da equipe, aonde apenas na estiagem a visibilidade chega a cerca de 5 metros. Nos demais períodos do ano a média não passa de 2 metros, demandando assim um período bastante longo para conclusão dos trabalhos.
Hoje as ruínas da cidade submersas estão totalmente mapeadas por GPS e os pilares da antiga estação ferroviária cabeados para guiar outros apreciadores do mergulho pelo trajeto montado pela equipe fernandopolense.
São cerca de 25 pilares com 6 metros de altura cada, numa extensão de 110 metros no total da plataforma, ainda sedimentada com poucas rachaduras. Ruínas da bilheteria é outro ícone do local. Informações de que um antigo lavador dos trens que ali paravam para manutenção, ainda está sendo procurado pelos mergulhadores. A antiga caixa d da cidade, que ficava próximo ao lavador, foi destruída não faz muito tempo. A edificação, que continha uma parte localizada acima da superfície da água colocava em risco as embarcações do local. As pilastras demolidas foram localizadas pelos mergulhadores e também devidamente mapeadas como no croqui ao lado.
"O local é limpo e não há enroscos. Torna-se um mergulho prazeroso e relaxante" diz Clacir. Para Adão o conhecimento histórico de um passado não tão distante é o que atraia a equipe: "Sempre nos deparamos com um antigo morador, ou ribeirinho que conta a história de Rubinéia. Acho que somos privilegiados de podermos, hoje, visitar ‘in loco’ o que foi parte da vida de muitos munícipes do local". Giba diz ainda que o trabalho não terminou: "Nós temos esperança de ainda encontrar o lavador, e completar o trajeto da estrada de ferro. O progresso da nossa pesquisa é gradual, mas temos a certeza de estarmos próximos do nosso objetivo".
Em uma das atividades da equipe no mês passado, o mergulhador Thales Igor de Oliveira de Santo André, desceu com os amigos para conhecer as ruínas: "é um mergulho muito radical, diferente dos que estamos acostumados a fazer no mar, com visibilidade de até 20 metros. O mergulho no Rio Paraná é de muita adrenalina" conclui Thales que tem apenas 15 anos de idade e 1 de mergulho autônomo.
Como chegar
O acesso à cidade de Rubinéia é pela rodovia Euclides da Cunha, que se inicia em São José do Rio Preto e termina na cidade de Rubinéia. A distância da capital paulista até Rubinéia é de 630 km. A cidade está localizada na divisa dos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, ao lado da ponte Rodoferroviária Federal.
GPS: 20º 18,640' S / 51º 1,990' W
Gilberto Musto é jornalista, radialista, diretor da Revista CHARME e da Mídia G. Comunicação. Atualmente possui certificação de Divemaster e mergulha há 2 anos tendo logados cerca de 100 mergulhos, dos quais cerca de 40 deles em rios da região de São Paulo, Minas e Mato Grosso. Juntamente com Clacir Colassiol e Adão José Martins, está formando um grupo de mergulhadores da região Noroeste objetivando novas pesquisas.

FOTOS DA PONTE RODOFERROVIÁRIA DE RUBINÉIA/SP

PONTE RODOFERROVIARIA





sexta-feira, 26 de junho de 2009

LUIZÃO FILHO ILUSTRE DE RUBINÉIA/SP



Luiz Carlos Bombonato Goulart, o Luizão, (Rubinéia, 14 de novembro de 1975), é um futebolista brasileiro, atacante que no Guarani, Palmeiras, Vasco, Corinthians, Botafogo, São Paulo e Flamengo.
Luizão também foi jogador da
Seleção Brasileira, tendo, inclusive, participado da conquista do pentacampeonato na Copa do Mundo de 2002.
Carreira
Luizão surgiu nas categorias de base do
Guarani, em 1991. Estreou como profissional, em outubro de 1992, numa partida em que Santos e Guarani empataram por 1x1. Logo em seguida, porém, acabou sendo emprestado ao Paraná.
Conquistou o
Campeonato Paranaense, em 1993, sendo que este foi o primeiro, dos muitos títulos, que ainda viriam pela frente. Depois disso, retornou ao Guarani, em 1994, aonde permaneceu até o final do ano seguinte.
Contratado pelo
Palmeiras, Luizão sagrou-se campeão paulista de 1996, quando integrou o ataque daquela histórica equipe palmeirense, que em 30 jogos disputados, terminou o campeonato com mais de 100 gols anotados e apenas uma derrota.
Em 1997, deixou o Palmeiras e foi jogar no exterior, aonde passou a defender o
La Coruña, da Espanha. Por lá, Luizão conseguiu conquistar somente o título do Troféu Teresa Herrera.
De volta ao Brasil, Luizão vestiu a camisa de outro grande clube brasileiro, o
Vasco da Gama. Conquistou o Campeonato Carioca de 1998 e, ainda naquele mesmo ano, conseguiu sua maior vitória até então, quando o Vasco sagrou-se campeão da Taça Libertadores da América.
Transferiu-se para o
Corinthians, no início de 1999, sendo que, logo de cara, acabou sagrando-se, tanto campeão paulista, como campeão brasileiro. Em 2000, portanto, um ano mais tarde, conquistou o primeiro Mundial de Clubes da FIFA, realizado no Brasil.
Ainda no ano 2000, marcou 14 gols, durante a
Libertadores da América, tornando-se o artilheiro com maior número de gols feitos, em uma única edição desta competição.
A fase de Luizão no Corinthians foi tão boa, que o atacante foi convocado para a última partida das eliminatórias da
Copa do Mundo de 2002. Naquele jogo, contra a Venezuela, o Brasil precisava da vitória, para se classificar para o Mundial. Não decepcionando a torcida, Luizão marcou os dois primeiros gols da vitória brasileira, por 3x0, garantindo o Brasil, e a ele próprio, na Copa do Mundo.
Antes de deixar o Corinthians, em 2002, Luizão ainda conseguiu vencer mais um
Campeonato Paulista, o de 2001. Depois, teve rápida passagem pelo Grêmio e, em seguida, retornou à Europa, integrando a equipe do Hertha Berlin, da Alemanha.
Ficou dois anos seguidos na Alemanha, mas não conseguiu nenhum título. Entaõ, em março de 2004, voltou ao Brasil, contratado pelo
Botafogo, quando ajudou a equipe a fugir do rebaixamento. Após uma lesão, veio a rescindir, amigavelmente, seu contrato com o clube.
No ano seguinte, mudou-se para o
São Paulo, aonde conquistou, mais uma vez, os títulos do Campeonato Paulista e da Libertadores da América. Em julho de 2005, trocou o São Paulo pelo Nagoya Grampus, do Japão. Contudo, não aguentou ficar muito tempo por lá e, apenas dois meses mais tarde, retornava ao Brasil, para jogar pelo Santos
No início de 2006, ainda em alta, devido ao bom rendimento no primeiro semestre do ano anterior, quando estava no São Paulo, Luizão acabou entrando nos planos do Flamengo. Infelizmente, durante os 10 meses em que permaneceu na Gávea, Luizão teve de conviver com sucessivas lesões, que o deixaram de fora de muitos jogos. Mesmo assim, Luizão foi decisivo nas vezes em que entrou em campo com a camisa rubro-negra, tendo participado, inclusive, da vitoriosa campanha do Flamengo, na Copa do Brasil de 2006.
Em meados de 2007, assinou com o
São Caetano, aonde permaneceu até abril do ano seguinte, quando teve seu contrato rescindido com o clube.
Títulos
Paraná
Campeonato Paranaense: 1993
Palmeiras
Campeonato Paulista: 1996
Vasco da Gama
Campeonato Carioca: 1998
Taça Libertadores da América: 1998
Torneio Rio-São Paulo: 1999
Corinthians
Campeonato Paulista: 1999, 2001
Campeonato Brasileiro: 1999
Mundial de Clubes da FIFA: 2000
São Paulo
Campeonato Paulista: 2005
Taça Libertadores da América: 2005
Flamengo
Copa do Brasil: 2006
Seleção Brasileira
Medalha de Bronze nas
Olimpíadas de Atlanta: 1996
Copa do Mundo: 2002
Artilharia
Copa do Brasil: 1996 (8 gols)
Taça Libertadores da América: 2000 (14)

FOTOS DE RUBINÉIA/SP











































  BACALHAU Bacalhau  é o nome comum de diversas espécies de  peixes  classificadas em vários géneros. Em particular, corresponde a cerca d...