BACALHAU
Bacalhau é o nome comum de diversas espécies de peixes classificadas em vários géneros. Em particular,
corresponde a cerca de 60 espécies migratórias do gênero Gadus, pertencente à família Gadidae. O bacalhau "original" ou "verdadeiro" é
da espécie Gadus morhua encontrado no Oceano Atlântico. O Gadus vive nos mares frios do norte, sendo
geralmente de tamanho pequeno, embora alguns exemplares possam chegar a pesar
100 kg e medir quase dois metros. Alimenta-se de outros peixes menores, como o arenque.
Etimologia
A origem do vocábulo é pouco clara. Talvez assente nas formas
dialetais do basco bakailao (bakailo, makailao, makailo). Mas é possível que tanto o basco bakailao como o português 'bacalhau', o espanhol bacalao e o italiano baccalà sejam provenientes do baixo alemão e do escandinavo bakkeljau ('bastão peixe'). Já o gascão cabilhau e o francês antigo cabellau (depois cabillau) teriam evoluído a partir de cabellauwus - forma alatinada do neerlandês kabeljauw, esta derivada, por metátese, do neerlandês antigo bakeljauw, até chegar ao francês moderno cabillaud (1762), termo que se aplica ao bacalhau
fresco, em oposição ao seco, denominado morue.
Espécies
Dentre as várias espécies de peixes
comercializados como bacalhau destacam-se duas: a Gadus morhua, que habita as águas frias do Oceano Atlântico, nas
regiões do Canadá e do Mar da Noruega e a Gadus
macrocephalus que habita o Oceano Pacífico na
região do Alasca.
Outros peixes salgados e secos também são
comercializados com o nome genérico de bacalhau como o Gadus virens ou Pollachius virens (escamudo) - Gadidae,
o Molva molva (Ling)
e Brosme
brosme (Zarbo) - Lotidae,
todos Gadiformes. Já em Moçambique e na Guiné-Bissau, chama-se bacalhau ao Rachycentron
canadum (Beijupirá), uma espécie de peixe da ordem Perciformes[6].
No rio Amazonas encontra-se o Arapaima gigas (pirarucu),
que é conhecido também como "bacalhau-da-amazônia".
Origem distante: Apesar dos
pratos à base de bacalhau terem se tornado parte importante da culinária
portuguesa, o peixe é encontrado nas águas frias do Pólo Norte, na região
da Noruega e da Islândia.
O bacalhau é um peixe
que tem origem na região do Pólo Norte, na Islândia e na Noruega. A
sua história é milenar e está associada aos povos vikings, aos bascos e aos
portugueses.
Vikings
Os vikings foram os primeiros
a pescar o bacalhau, principalmente a espécie gadus morhua.
Como não havia sal, eles secavam
o peixe ao ar livre para conservá-lo.
Bascos
Os bascos foram os primeiros a
comercializar o bacalhau salgado, por volta do ano 1000.
Eles salgavam e secavam o
peixe ao ar livre, em rochas.
Portugueses
Os portugueses descobriram o
bacalhau no século XV, durante as grandes navegações.
Eles foram os primeiros a
pescar o bacalhau na Terra Nova (Canadá).
O bacalhau se tornou uma
tradição alimentar em Portugal, principalmente na Páscoa e no Natal.
O termo "bacalhau"
pode se referir a um conjunto de peixes, técnicas de salga e receitas
Quem trouxe o bacalhau ao
Brasil?
Em meados dos anos 1500,
durante as explorações marítimas portuguesas e a busca para chegar ao
litoral da Índia, eles encontraram águas ricas em bacalhau perto do Canadá e da
Groenlândia. Essa descoberta importante deu início à pesca do bacalhau pelos
portugueses
O que é o bacalhau, afinal?
Em primeiro lugar, é
importante conhecer que bacalhau não é de fato uma espécie de um peixe, mas o
nome dado a peixes específicos após os processos de salga e secura. Tais
espécies são: Gadus morhua, Gadus Macrocephalus e Gadus Ogac, assim como
Saithe, Zarbo e Ling.
As três primeiras espécies são
conhecidas como bacalhau, sendo as demais consideradas peixe do tipo bacalhau
salgado seco. Conheça as diferenças de
Gadus Morhua, o legítimo
bacalhau
O Gadus morhua (Cod) é o
legítimo Bacalhau do Porto ou Bacalhau da Noruega, pescado no Atlântico Norte,
também conhecido no Brasil como “Porto“ ou “Porto Morhua”. É considerado o mais
nobre, maior, mais largo e com postas mais altas
Gadus Macrocephalus
O Gadus Macrocephalus é uma
espécie bem semelhante ao Gadus Morhua. Conhecido como Bacalhau do Pacífico, o
peixe é comercializado há cerca de 10 anos no Brasil.
Entretanto, quanto ao preparo,
não se desmancha em lascas e é mais fibroso, além de oferecer um sabor um pouco
menos marcante.
Ele pode ser encontrado em
alguns lugares vendido como Legítimo Porto, devido à semelhança. Mas as
diferenças morfológicas são sutis, e estão principalmente no rabo e barbatanas:
se tiver uma espécie de bordado branco nas extremidades, é Macrocephalus. Outra
forma é pela coloração: essa espécie é bem mais clara (quase branca) que o
Legítimo Porto.
Saithe, Ling e Zarbo
As três espécies de pescados
secos como o Saithe, o Ling e o Zarbo não podem ser considerados “bacalhaus”,
pois não pertencem à essa família. Esses três peixes apresentam características
visuais que os diferenciam muito, quer seja na cor, nas nadadeiras, no formato
do corpo, na textura e no sabor.
Os peixes tipo Saithe, Ling e
Zarbo, apesar de não serem oficialmente da espécie do bacalhau, são bem
utilizados no preparo de receitas como bolinhos e desfiados.
O Saithe possui musculatura
mais escura e sabor mais forte. Muito mais barato que o bacalhau, é o tipo mais
importado atualmente. É utilizado para bolinhos, saladas e ensopados, porque
quando cozido sua carne desfia com facilidade.
O Ling é bem claro e mais
estreito que os demais. Tem um bom corte e é muito apreciado no Brasil. Sua
carne é clara e bonita, por isso atrai muitos compradores.
Já o Zarbo é o mais popular e os peixes são menores que os
demais tipos. Também é muito apreciado no preparo de bolinhos, pratos desfiados
e sopas.
Salga e Cura tradicional do
Bacalhau
A tradição é o consumo do bacalhau
do atlântico (gadus morhua) e do pacífico (gadus macrocephalus) seco e salgado. A terceira
opção de bacalhau considerado "verdadeiro" seria o
bacalhau-da-Groênlandia (gadus ogac), que também foi historicamente
pescado pelos portugueses. Dessas três espécies, o gadus morhua é
o mais consumido em Portugal.
O bacalhau teria sido
descoberto pelos vikings, dado ser um peixe muito abundante nos mares por eles
navegados. No entanto, após a sua captura limitavam-se a secá-lo ao ar livre
até endurecer, fazendo com que perdesse cerca de 1/5 do seu peso, sem qualquer
recurso ao sal.
Porém, a origem da comercialização do bacalhau deu-se pelo povo basco.
Foi este povo que começou a promover a sua salga antes da seca, de forma a
aumentar a sua durabilidade.
O método de preparação do
peixe, desidratação e salga, foram incorporados à culinária portuguesa durante a época
dos Descobrimentos no século XV, diante da
necessidade de se encontrar produtos que aguentassem longas travessias
marítimas. Esse método estabeleceu-se como tradição nacional. Desta feita,
vigora no país um regramento sobre o procedimento típico de preparo do
bacalhau, o que o torna uma Especialidade Tradicional Garantida (ETG)
na Europa. Essa metodologia resultou em pedido formal de regulamento
(Regulamento No. 509/2006), de acordo com as diretrizes do Conselho relativo
aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios
do Parlamento Europeu, a fim de que seja
explicitada a forma de preparo oficial do Bacalhau de Cura Tradicional
Portuguesa. A partir dessa base são formuladas, portanto, as diversas receitas
do bacalhau clássico.
Do mesmo modo, no caso
específico da indústria do bacalhau em Portugal, especificações como a
determinação do teor de sal, expresso em cloreto de sódio, do teor de humidade,
definição de temperaturas máximas para armazenagem e exposição para venda do
bacalhau salgado, verde, semi-seco ou seco, e das espécies afins salgadas,
verdes, semi-secas e secas, estão consagradas legalmente no Decreto-Lei n.º
25/2005, de 28 de janeiro.
Historicamente, a cidade
do Porto foi
a primeira a receber e preparar o bacalhau que os pescadores portugueses
buscavam nas águas geladas da Terra Nova, Islândia e Groenlândia[8].
Por tradição cultural, no Brasil o nome "Porto" passou a identificar
o bacalhau de melhor qualidade. Era o bacalhau que vinha da Cidade do Porto e
que passou a ser identificado como Bacalhau do Porto nesse país.
Referências
1.
Real
Academia Española. Diccionario de la Lengua Española. 'Bacalao'.
2.
Dicionário Houaiss: 'Bacalhau'.
3.
Dizionario Etimologico Italiano. 'Baccala,
Baccalaro'
4.
TLFi. 'Cabillaud'
5.
Lecticia Cavalcanti (11 de abril de 2009). «O bacalhau da Páscoa». Terra. Consultado em 12 de abril de 2009