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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita presidente do Brasil
Dilma Rousseff
Dilma Vana Rousseff (Belo Horizonte, 14 de dezembro de 1947) é uma economista, política e presidente eleita do Brasil, filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT). Foi apontada ministra-chefe da Casa Civil durante o Governo Lula, em junho de 2005, sendo a primeira mulher a ocupar a posição. Dilma candidatou-se à Presidência da República nas eleições de 2010, cujo resultado do segundo turno, em 31 de outubro, garantiu-lhe o posto de primeira mulher presidente da história do país.
Nascida em família de classe média alta e educada de modo tradicional, interessou-se pelos ideais socialistas durante a juventude, logo após o Golpe Militar de 1964. Iniciando na militância, integrou organizações que defendiam a luta armada contra o regime militar, como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Passou quase três anos presa entre 1970 e 1972, primeiramente na Oban (onde passou por sessões de tortura) e depois no DOPS.
Reconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde, junto a Carlos Araújo, seu companheiro por mais de trinta anos, ajudou na fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e participou ativamente de diversas campanhas eleitorais. Exerceu o cargo de secretária municipal da Fazenda de Porto Alegre no governo Alceu Collares e, mais tarde, foi secretária estadual de Minas e Energia, tanto no governo de Alceu Collares como no de Olívio Dutra, no meio do qual se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 2001.
Em 2002, participou da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética. Posteriormente, foi escolhida para ocupar o Ministério de Minas e Energia, onde permaneceu até 2005, quando foi nomeada ministra-chefe da Casa Civil, em substituição a José Dirceu, que renunciara ao cargo após o chamado escândalo do mensalão.
Dilma Rousseff foi incluída entre os 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009, pela Revista Época.
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Biografia
Infância e início da juventude
A família Rousseff. Da esquerda para a direita, o filho mais velho, Igor, a mãe, Dilma Jane Silva, as filhas Dilma Vana e Zana Lúcia, e o pai Pedro (Pétar) Rousseff.
Dilma é filha do advogado e empreendedor búlgaro naturalizado brasileiro Pedro Rousseff (em búlgaro Петър Русев, Pétar Russév) e da dona-de-casa Dilma Jane Silva. Seu pai, parente distante do escritor Ran Bosilek, manteve estreita amizade com a poetisa búlgara Elisaveta Bagriana, foi filiado ao Partido Comunista da Bulgária e frequentava os círculos literários nos anos 1920. Chegou ao Brasil no fim da década de 1930, já viúvo (tendo deixado um filho em sua terra natal, Luben, morto em 2007), mas se mudou para Buenos Aires e anos depois retornou ao Brasil, fixando-se em São Paulo, onde prosperou. Em uma viagem a Uberaba conheceu Dilma Jane Silva, moça fluminense de Nova Friburgo, professora de vinte anos, criada no interior de Minas Gerais, onde seus pais eram pecuaristas. Casaram-se e fixaram residência em Belo Horizonte, onde tiveram três filhos: Igor, Dilma Vana e Zana Lúcia (morta em 1976).
Pedro Roussef trabalhou para a siderúrgica Mannesmann, além de construir e vender imóveis. Vencida a resistência inicial da sociedade local contra os estrangeiros, passaram a frequentar os clubes e as escolas mais tradicionais. Incentivada pelo pai, Dilma adquiriu cedo o gosto pela leitura. Falecido em 1962, Pedro Roussef deixou de herança por volta de 15 imóveis de valor.
De 1952 a 1954, cursou a pré-escola no colégio Isabela Hendrix e a partir de 1955 iniciou o ensino fundamental no Colégio Nossa Senhora de Sion, em Belo Horizonte. Em 1964, prestou concurso e ingressou no Colégio Estadual Central (atual Escola Estadual Governador Milton Campos), ingressando na primeira série do curso clássico (ensino médio). Nessa escola pública o movimento estudantil era ativo, especialmente por conta do recente golpe militar.[13] De acordo com ela, foi nesta escola que ficou "bem subversiva" e que percebeu que o mundo não era para "debutante", iniciando sua educação política. Ainda em 1964, ingressou na Política Operária (POLOP), uma organização fundada em 1961, oriunda do Partido Socialista Brasileiro, onde militou ao lado de José Aníbal. Seus militantes logo viram-se divididos em relação ao método a ser utilizado para a implantação do socialismo: enquanto alguns defendiam a luta pela convocação de uma assembleia constituinte, outros preferiam a luta armada. Dilma ficou com o segundo grupo, que deu origem ao Comando de Libertação Nacional (COLINA)[7]. Para Apolo Heringer, que foi dirigente do COLINA em 1968 e havia sido professor de Dilma na escola secundária, a jovem escolheu a luta armada depois que leu Revolução na Revolução, de Régis Debray, um francês que havia se mudado para Cuba e ficado amigo de Fidel Castro. Segundo Heringer, "O livro incendiou todo mundo, inclusive a Dilma."
Foi nessa época que conheceu Cláudio Galeno de Magalhães Linhares, cinco anos mais velho, que também defendia a luta armada. Galeno ingressara na POLOP em 1962, havia servido no Exército, participara da sublevação dos marinheiros por ocasião do golpe militar e fora preso na Ilha das Cobras. Casaram-se em 1967, apenas no civil, depois de um ano de namoro.
Atuação no COLINA
Segundo companheiros de militância, Dilma teria desenvoltura e grande capacidade de liderança, conseguindo impor-se perante homens acostumados a mandar. Não teria participado diretamente das ações armadas, pois era conhecida por sua atuação pública, tendo contatos com sindicatos, dando aulas de marxismo e responsabilizando-se pelo jornal O Piquete. Apesar disso, aprendeu a lidar com armamentos e a enfrentar a polícia.
No início de 1969, o COLINA em Minas Gerais resumia-se a algumas dezenas de militantes, com pouco dinheiro e poucas armas. Suas ações haviam se resumido a quatro assaltos a bancos, alguns carros roubados e dois atentados a bomba, que não deixaram vítimas. Em 14 de janeiro, contudo, com a prisão de alguns militantes após um assalto a banco, outros reuniram-se para discutir como libertá-los. Ao amanhecer, foram surpreendidos com a ação da polícia na casa onde estavam e reagiram, usando uma metralhadora do grupo para matar dois policiais e ferir um terceiro.
Dilma e Galeno passaram a dormir cada noite em um local diferente, uma vez que o apartamento em que moravam era frequentado por um dos líderes da organização que fora preso. Tiveram que voltar ao apartamento escondidos para destruir documentos da organização. Ficaram ainda algumas semanas em Belo Horizonte, tentando reorganizar o que sobrara do grupo. Cientes que as casas de seus pais eram vigiadas (a família não conhecia o grau de envolvimento de Dilma com essas atividades), Galeno ainda teve que passar por uma mudança física, quando um retrato falado seu foi divulgado como sendo um dos participantes do assalto ao banco (o que ele nega). Em março, o apartamento foi invadido, mas nenhum documento interno da organização foi encontrado. Perseguidos na cidade, a organização ordenou que fossem para o Rio de Janeiro. Dilma tinha 21 anos e concluíra o segundo ano de Economia.
Há uma perda intrínseca para o país quando essa experiência de uma juventude que se jogou na luta democrática, se jogou no combate para construir um país melhor (…) [é] perdida por morte.
— Dilma Rousseff, em 2008, durante homenagem a onze ex-alunos da UFMG mortos em decorrência do combate ao regime militar.
Era grande a quantidade de mineiros da organização no Rio (inclusive Fernando Pimentel, que tinha 18 anos quando a perseguição foi iniciada e recusou-se a seguir as ordens de seu pai de se entregar ao Exército, entrando na clandestinidade), não havendo infraestrutura para abrigar a todos. Dilma e Galeno ficaram um período na casa de uma tia de Dilma, que imaginava que o casal estava de férias. Mais tarde, ficaram num pequeno hotel e então num apartamento, até Galeno ser enviado pela organização a Porto Alegre. Dilma permaneceu no Rio, onde ajudava a organização, participando de reuniões e transportando armas e dinheiro. Nessas reuniões, conheceu o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, então com 31 anos, por quem se apaixonou e com quem viria a viver por cerca de 30 anos. Araújo era chefe da dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB, também conhecido como o "Partidão"), e abrigara Galeno em Porto Alegre. A separação de Galeno foi pacífica. Como afirmou Galeno, "naquela situação difícil, nós não tínhamos nenhuma perspectiva de formar um casal normal."
Araújo era filho de um renomado advogado trabalhista e havia começado cedo na militância, no PCB. Havia viajado pela América Latina (inclusive conhecendo Fidel Castro e Che Guevara) e já havia sido preso por alguns meses em 1964. Com a edição do AI-5, em 1968, ingressou na luta armada. No início de 1969, passou a tratar da fusão de seu grupo com o COLINA e a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), liderada por Carlos Lamarca. Dilma participou de algumas reuniões sobre essa fusão, que acabou formalizada em duas conferências em Mongaguá, dando origem a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR Palmares). Dilma e Araújo estiveram presentes, assim como Lamarca, que teria ficado com a impressão de que Dilma era "metida a intelectual". Ela teria defendido um trabalho político pelas bases, criticando a visão militarista que era a característica da VPR.
Na VAR Palmares
Carlos Araújo foi escolhido como um dos seis dirigentes da VAR Palmares, que se autointitulava "uma organização político-militar de caráter partidário, marxista-leninista, que se propõe a cumprir todas as tarefas da guerra revolucionária e da construção do Partido da Classe Operária, com o objetivo de tomar o poder e construir o socialismo".
Conforme Maurício Lopes Lima, um integrante de buscas da Oban (Operação Bandeirante), estrutura que integrava o serviço de inteligência das Forças Armadas (e onde teriam sido realizados atos de tortura), Dilma era a grande líder da organização clandestina VAR-Palmares. Usando vários codinomes, como Estela, Luísa, Maria Lúcia, Marina, Patrícia e Wanda, teria recebido epítetos superlativos dos relatórios da repressão, definindo-a como "um dos cérebros" dos esquemas revolucionários. O delegado Newton Fernandes, que investigou a organização clandestina em São Paulo e traçou o perfil de dezenas de integrantes, afirma que Dilma era uma das molas mestras dos esquemas revolucionários. O promotor que denunciou a organização a chamou de "Joana d’Arc da subversão", tendo chefiado greves e assessorado assaltos a bancos. Dilma ridiculariza a comparação, ressaltando que lhe atribuem muitas ações, mas que não se lembra de nada. Segundo Darcy Rodrigues, militante que foi o braço direito de Carlos Lamarca, Dilma fazia a ligação entre o comando nacional e os regionais.
Companheiro de Dilma na VAR Palmares, Carlos Minc sustenta que ela não tinha papel de destaque na organização, versão contestada por outros.
Conforme divulgado pela Revista Veja, Dilma teria sido a organizadora, na época, do roubo de um cofre pertencente ao ex-governador de São Paulo Ademar de Barros (considerado pela guerrilha como símbolo da corrupção) em 18 de junho de 1969, na cidade do Rio de Janeiro, de onde foram subtraídos 2,5 milhões de dólares. A ação veio a ser a mais espetacular e rendosa de toda a luta armada. Carlos Minc, que foi seu colega na organização clandestina VAR-Palmares e estava entre os militantes que invadiram a casa da suposta amante do ex-governador, nega a participação de Dilma, afirmando ainda que é exagerada a versão de que Dilma era a líder daquela organização, sendo à época uma participante sem nenhum destaque. Em pelo menos três ocasiões, Dilma também negou ter participado do evento. Depoimentos e relatórios policiais indicavam que coube a Dilma administrar o dinheiro, pagando salários de militantes, encontrar abrigo ao grupo e comprar um Fusca. Dilma lembra apenas do automóvel, mas nega que tenha sido a responsável pela administração do dinheiro.
A VAR-Palmares teria também planejado em 1969 o sequestro de Delfim Neto, símbolo do milagre econômico e à época o civil mais poderoso do governo federal. O suposto sequestro, que deveria ocorrer em dezembro daquele ano, já havia sido referido no livro "Os Carbonários", de autoria de Alfredo Sirkis, em 1981. Antonio Roberto Espinosa, ex-comandante da Vanguarda Popular Revolucionária e da VAR-Palmares, reconheceu que coordenou o plano, que era de conhecimento de cinco membros da cúpula da organização, e que Dilma seria uma dessas integrantes da cúpula. O sequestro não teria chegado a ser realizado porque os membros do grupo começaram a ser capturados semanas antes. Dilma nega peremptoriamente que tivesse conhecimento do plano e duvida que alguém realmente se lembre, declarando que Espinosa fantasiou sobre o assunto. Ao tomar conhecimento das declarações que lhe foram atribuídas, Espinosa contestou a informação, dizendo que nunca afirmara que Dilma teve conhecimento do plano, o que, se ocorreu, foi em termos rápidos e vagos. Afirmou que Dilma nunca participou de ações ou de planejamento de ações militares, sempre tendo uma militância somente política.
Mesmo com grande quantidade de dinheiro, a organização não conseguiu manter a unidade. Em um congresso em Teresópolis, entre agosto e setembro de 1969, houve uma grande divisão entre os militaristas, focados na luta armada, e os "basistas", que defendiam um trabalho de massas. Dilma estava com o segundo grupo. Enquanto os primeiros se agruparam na VPR militarista, liderados por Lamarca, Dilma ficou no segundo grupo, a VAR Palmares "basista". Houve disputa pelo dinheiro do grande assalto e pelas armas.
Após a divisão, Dilma foi enviada a São Paulo, onde esteve encarregada de manter em segurança as armas que couberam a seu grupo. Evitando mantê-las em apartamentos sem a segurança necessária, ela e uma amiga (Maria Celeste Martins, décadas mais tarde sua assessora na Casa Civil) mudaram-se para uma pensão simples na zona leste da cidade, com banheiro coletivo, escondendo o arsenal debaixo da cama.
Prisão
Uma série de prisões de militantes conseguiu capturar José Olavo Leite Ribeiro, que encontrava-se três vezes por semana com Dilma. Conforme o relato de Ribeiro, após um dia de tortura, revelou o lugar onde se encontraria com outro militante, em um bar na Rua Augusta. Em 16 de janeiro de 1970, obrigado a ir ao local acompanhado de policiais disfarçados, seu colega também foi capturado e, quando já se preparavam para deixar o local, Dilma, que não estava sendo esperada, chegou. Percebendo que algo estava errado, Dilma tentou sair do local sem ser notada. Desconfiados, os policiais a abordaram e encontraram-na armada. "Se não fosse a arma, é possível que conseguisse escapar", ressalta Ribeiro.
Foto da ficha de Dilma Rousseff no DOPS de São Paulo, tirada em janeiro de 1970.
Foi levada para a Operação Bandeirante (Oban), no mesmo local onde cinco anos depois Vladimir Herzog perderia a vida. Teria sido torturada por vinte e dois dias com palmatória, socos, pau-de-arara, choques elétricos. Conforme Maria Luísa Belloque, uma companheira de cela, "A Dilma levou choque até com fiação de carro. Fora cadeira do dragão, pau-de-arara e choque pra todo lado". No meio militar, há quem veja o relato de Dilma com ironia e descrédito, especialmente quanto à possibilidade de alguém sobreviver a vinte e dois dias de tortura. Posteriormente, Dilma denunciou as torturas em processos judiciais, inclusive dando nome de militares que participaram dos atos, como o capitão do Exército Benoni de Arruda Albernaz, referido por diversas outras pessoas. Ainda que tenha revelado o nome de alguns militantes, conseguiu preservar Carlos Araújo (que só viria a ser preso vários meses depois) e sua ajudante no recolhimento das armas, Maria Celeste Martins. Seu nome estava numa lista, encontrada na casa de Carlos Lamarca, com presos a que se daria prioridade para serem trocados por sequestrados, mas nunca foi trocada e cumpriu a pena regularmente.
Portal do presídio Tiradentes, onde Dilma cumpriu sua pena. Ao ser demolido, preservou-se o portal, que foi tombado "pelo valor simbólico que representa na luta contra o arbítrio e a violência institucionalizadas em nosso país em passado recente".
Carlos Araújo foi preso em 12 de agosto de 1970. Durante o período em que Dilma esteve presa, Araújo teve um rápido romance com a atriz e simpatizante da organização Bete Mendes. Ao ser preso, encontrou com Dilma em algumas ocasiões, nos deslocamentos relativos aos processos militares que ambos respondiam. Ficaram alguns meses no mesmo presídio Tiradentes, em São Paulo, inclusive com visitas íntimas, onde se reconciliaram, planejando reatarem a vida conjugal após a prisão.
Em dezembro de 2006, a Comissão Especial de Reparação da Secretaria de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro aprovou um pedido de indenização por parte de Dilma e outras dezoito pessoas presas em dependências de órgãos policiais do governo estadual paulista na década de 1970. Em seu processo, foi fundamental o depoimento de Vânia Abrantes, que esteve com ela na mesma viatura policial em uma viagem de São Paulo para o Rio de Janeiro (Vânia era a companheira de Carlos Araújo quando ele e Dilma começaram seu relacionamento). Pediu ainda indenização nos estados de São Paulo e Minas Gerais, pois além de ser presa em São Paulo, foi levada a interrogatório em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro. Também pediu indenização ao governo federal. Nos três estados, as indenizações, fixadas em lei, podem chegar somadas a 72 mil reais. Conforme a assessoria de Dilma, os pedidos tem um caráter simbólico, além do que teria solicitado que os processos só fossem julgados após seu afastamento dos cargos públicos.
No dia 5 de abril de 2009, a Folha de S. Paulo publicou, ao lado de uma reportagem sobre o suposto plano da VAR-Palmares para sequestrar o então ministro Antonio Delfim Netto, uma falsa ficha criminal de Dilma Rousseff, que o jornal alegou ter obtido junto ao arquivo do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Diante da contestação de Dilma, que apresentou inclusive perícias comprovando a fraude, o jornal admitiu que não obteve a ficha junto ao DOPS, mas via e-mail, declarando "não poder atestar sua veracidade". A ficha está disponível no site Ternuma.
Dilma foi condenada em primeira instância a seis anos de prisão. Já havia cumprido três quando o Superior Tribunal Militar reduziu sua condenação a dois anos e um mês. Teve também seus direitos políticos cassados por dezoito anos.
Eu não vou esconder o que eu fui e não tenho uma avaliação negativa. (…) Tenho uma visão bastante realista daquele período. Eu tinha 22 anos, o mundo era outro, o Brasil era outro. Muita coisa a gente aprendeu. Não tem similaridade o que eu acho da vida hoje.
— Dilma, em 2005, falando sobre suas atividades durante a luta armada.
Mudança para Porto Alegre
Dilma saiu do Presídio Tiradentes no fim de 1972, com 57 kg, dez quilos mais magra e com uma disfunção na tireoide. Havia sido condenada em alguns processos e absolvida em outros. Passou um período com sua família em Minas Gerais para se recuperar, ficou algum tempo com uma tia em São Paulo e depois mudou-se para Porto Alegre, onde Carlos Araújo cumpria os últimos meses de sua pena. Ficou na casa dos sogros, de onde se avistava o presídio onde estava Araújo. Dilma o visitava com frequência, levando jornais e até livros políticos, disfarçados de romances. Desativado o Presídio da ilha das Pedras Brancas, Araújo cumpriu o restante da pena no Presídio Central. O prestigiado advogado Afrânio Araújo, pai de Carlos, faleceu em junho de 1974, o que levou amigos juristas a pressionarem a solução para a prisão de Carlos, que acabou libertado uma semana depois.
Foi em Porto Alegre que Dilma iniciou sua carreira pública, cidade em que se radicou para acompanhar Carlos Araújo, três vezes eleito deputado estadual.
Punida por subversão de acordo com o Decreto-lei 477, considerado o AI-5 das universidades, havia sido expulsa da Universidade Federal de Minas Gerais e impedida de retomar seus estudos naquela universidade em 1973, o que fez Dilma prestar vestibular para Economia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Graduou-se em 1977, não tendo participado ativamente do movimento estudantil. No ano anterior, em março, nasceu sua única filha, Paula Rousseff Araújo. Sua primeira atividade remunerada após sair da prisão foi de estagiária na Fundação de Economia e Estatística (FEE), vinculada ao governo do Rio Grande do Sul.
A militância política, desta vez dentro da legalidade, foi reiniciada no Instituto de Estudos Políticos e Sociais (IEPES), ligado ao único partido legalizado de oposição, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Mesmo não tendo se filiado ao partido, Dilma organizava debates no instituto, que recebia palestras de intelectuais como Francisco de Oliveira, Fernando Henrique Cardoso e Francisco Weffort. Em 1976, Araújo e Dilma trabalharam na campanha a vereador de Glênio Peres, pelo MDB. Embora eleito, Peres foi cassado por denunciar torturas em um discurso. Em novembro de 1977, o nome de Dilma foi divulgado no jornal O Estado de S.Paulo como sendo um dos 97 subversivos infiltrados na máquina pública. A relação havia sido elaborada pelo Ministro do Exército demissionário, Sílvio Frota, que havia resumido os antecedentes políticos dos listados. Dilma, qualificada como militante da VAR Palmares e do COLINA e "amasiada com o subversivo" Carlos Araújo, foi exonerada da FEE, sendo anistiada mais tarde.
A partir de 1978, Dilma passou a frequentar a Universidade Estadual de Campinas, com a intenção de cursar mestrado. Nessa época, participava de um grupo de discussão em São Paulo com outros ex-integrantes da VAR Palmares, dentre os quais Rui Falcão, Antonio Roberto Espinosa, seu companheiro de prisão e, eventualmente, Carlos Araújo. Com reuniões trimestrais, o grupo durou cerca de dois anos, lendo obras de Marx, Poulantzas e Althusser, discutindo o melhor momento de retomar a atividade política. Sobre a polêmica a respeito de sua titulação, Dilma declarou que "Fiz o curso de mestrado, mas não o concluí e não fiz dissertação. Foi por isso que voltei à universidade para fazer o doutorado. E aí eu virei ministra e não concluí o doutorado." A universidade informa que ela nunca se matriculou oficialmente no mestrado.
Titulação acadêmica
O site oficial da Casa Civil informava erroneamente que Dilma era mestre em teoria econômica pela Unicamp e doutoranda em economia monetária e financeira pela mesma universidade. Na Plataforma Lattes, Dilma estava identificada como mestra, com título obtido em 1979, e doutoranda em ciências sociais aplicadas desde 1998. Conforme informações da Unicamp, Dilma cumpriu os créditos (cursou as disciplinas e demais requisitos) referentes aos cursos, mas não defendeu as teses, não obtendo assim os títulos . A assessoria de imprensa da Casa Civil reconheceu que informara errado a titulação da ministra, trocando primeiro para "cursou mestrado e doutorado pela Unicamp" e depois para "foi aluna de mestrado e doutorado em ciências econômicas pela Unicamp, onde concluiu os respectivos créditos".
A assessoria de imprensa informa que Dilma foi aluna do curso de pós-graduação (nível mestrado) em ciências econômicas naquela instituição entre março de 1978 e julho de 1983, tendo cumprido os créditos exigidos, mas não defendendo a dissertação, pois assumiu a Secretaria Municipal da Fazenda de Porto Alegre. O doutorado também não teria sido concluído por ter assumido outro cargo político (ocupou a Secretaria de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul de 1999 a 2002 e em seguida foi nomeada Ministra de Minas e Energia).
Carreira política
Com o fim do bipartidarismo, participou junto com Carlos Araújo dos esforços de Leonel Brizola para a recriação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Após a perda da sigla para o grupo de Ivete Vargas, participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Araújo foi eleito deputado estadual em 1982, 1986 e 1990. Foi também duas vezes candidato a prefeito de Porto Alegre, perdendo para os petistas Olívio Dutra, em 1988, e Tarso Genro, em 1992. Dilma conseguiu seu segundo emprego na primeira metade dos anos 1980 como assessora da bancada do PDT na assembleia legislativa do Rio Grande do Sul.
Secretária Municipal da Fazenda
Araújo e Dilma dedicaram-se com afinco na campanha de Alceu Collares à prefeitura de Porto Alegre, em 1985, sendo que em sua casa foi preparada grande parte da campanha e do programa de governo. Eleito prefeito, Collares a nomeou titular da Secretaria Municipal da Fazenda, seu primeiro cargo executivo. Collares reconhece a influência de Araújo na indicação, mas ressalta que também contribuiu a competência de Dilma.
Na campanha do pedetista Aldo Pinto para o governo do estado em 1986, Dilma foi uma grande assessora. O candidato a vice na chapa era Nelson Marchezan, um dos mais destacados civis apoiadores da ditadura militar. Ainda que tenham sido amplamente derrotados pelo candidato do PMDB, Pedro Simon, vinte anos depois Dilma ainda justifica a polêmica aliança: "Marchezan foi líder da ditadura, mas nunca foi um 'enragé'. A ala Marchezan era a ala da pequena propriedade radicalizada. E ele era um cara ético.
Dilma permaneceu à frente da Secretaria da Fazenda até 1988, quando se afastou para se dedicar à campanha de Araújo à prefeitura de Porto Alegre. Foi substituída por Políbio Braga, que conta que Dilma tentara convencê-lo a não assumir o cargo, aconselhando-o: "Não assume não, que isso pode manchar a tua biografia. Eu não consigo controlar esses loucos e estou saindo antes que manche a minha." Enquanto Collares lembra da gestão de Dilma como exemplo de competência e transparência, Políbio Braga discorda, lembrando que "ela não deixou sequer um relatório, e a secretaria era um caos."
A derrota de Araújo na candidatura a prefeito alijou o PDT dos cargos executivos. Em 1989, contudo, Dilma foi nomeada diretora-geral da Câmara Municipal de Porto Alegre, mas acabou demitida do cargo pelo presidente da casa, vereador Valdir Fraga, porque chegava tarde ao trabalho. Conforme Fraga, "eu a exonerei porque houve um problema com o relógio de ponto."
Secretária Estadual de Energia, Minas e Comunicações
Em 1990, Alceu Collares foi eleito governador, indicando Dilma para presidente da Fundação de Economia e Estatística, onde ela estagiara na década de 1970. Permaneceu ali até fim de 1993, quando foi nomeada Secretária de Energia, Minas e Comunicações, sustentada pela influência de Carlos Araújo e seu grupo político. Permaneceu no cargo até final de 1994, época em que seu relacionamento com Araújo chegou ao fim, abalado pela descoberta da gravidez da mãe de Rodrigo, nascido em 1995. Depois reconciliaram-se e permaneceram juntos até 2000, quando Dilma foi morar só em um apartamento alugado.
Em 1995, terminado o mandato de Alceu Collares, Dilma afastou-se dos cargos políticos e retornou à FEE, onde foi editora da revista Indicadores Econômicos. Foi nesse intervalo que matriculou-se oficialmente no curso de doutorado da Unicamp, em 1998. Em 1998, o petista Olívio Dutra ganhou as eleições para o governo gaúcho com o apoio do PDT no segundo turno, e Dilma retornou à Secretaria de Minas e Energia. Conforme Olívio, "Eu já a conhecia e respeitava. E a nomeei também porque ela estava numa posição mais à esquerda no PDT, menos populista."
O PDT ganhara alguns cargos no primeiro escalão, mas Leonel Brizola entendia que seu partido tinha muito pouco espaço no governo, administrando uma parcela ínfima do orçamento. Não conseguindo mais espaço, os pedetistas foram pressionados a entregar seus cargos. A composição da chapa para a prefeitura de Porto Alegre nas eleições de 2000 também acentuou a briga entre os dois partidos, onde o PDT indicava Alceu Collares e o PT, Tarso Genro. Dilma defendeu a manutenção da aliança que elegera Olívio Dutra, passando a apoiar a candidatura de Tarso Genro, alegando que não aceitava "alianças neoliberais e de direita", mesmo tendo defendido a aliança com Marchezan, homem da ditadura militar, na eleição de 1986. Tarso Genro venceu Alceu Collares no segundo turno e Dilma filiou-se ao PT. Brizola acusou todos os que deixaram o partido de traidores: "Venderam-se por um prato de lentilhas".
Na sua gestão na Secretaria de Minas e Energia do governo Olívio Dutra, a capacidade de atendimento do setor elétrico aumentou 46%, devido a um programa emergencial de obras onde participaram estatais e empresas privadas. Em janeiro de 1999, Dilma viaja a Brasília e alerta as autoridades do setor elétrico de que, se não forem feitos investimentos em geração e transmissão de energia, os cortes que o Rio Grande do Sul enfrentou no início de sua gestão seriam verificados no resto do país. Na crise do apagão elétrico no final do governo Fernando Henrique Cardoso, os três estados da Região Sul não foram atingidos, não sendo imposto qualquer racionamento, pois não houve estiagem na região. Mesmo assim, houve economia voluntária de energia e Dilma tentou obter uma compensação, como era concedido nas demais regiões. O governo federal não cedeu e Dilma conseguiu contemporizar junto à iniciativa privada gaúcha. Conforme Pedro Parente, chefe da Casa Civil no governo FHC, "Ela era pragmática, objetiva e demonstrou que tinha um diálogo fluido com o setor empresarial."
Ministra de Minas e Energia
Dilma Roussef, concede entrevista coletiva no Palácio do Planalto, 2006.
Os assuntos relacionados à área de minas e energia na plataforma do candidato Lula eram discutidos em reuniões coordenadas pelo físico e engenheiro nuclear Luiz Pinguelli Rosa. Outro destaque do grupo era Ildo Sauer, sendo ambos totalmente contrários às privatizações no setor, que em sua visão eram as responsáveis pelos problemas energéticos que o país passava. Dilma foi convidada por Pinguelli a participar do grupo em junho de 2001, onde chegou tímida para integrar uma equipe com vários professores, mas logo se sobressaiu com sua objetividade e bom conhecimento do setor. Para todos no grupo, contudo, era evidente que Pinguelli seria o ministro de Minas e Energia, caso Lula vencesse a eleição em 2002.
Foi grande a surpresa quando Lula, eleito, escolheu Dilma para titular da pasta. Segundo declarou: "Já próximo de 2002, aparece por lá uma companheira com um computadorzinho na mão. Começamos a discutir e percebi que ela tinha um diferencial dos demais que estavam ali porque ela vinha com a praticidade do exercício da Secretaria de Minas e Energia do Rio Grande do Sul. Aí eu fiquei pensando: acho que já encontrei a minha ministra aqui." Teria pesado muito a simpatia que Antonio Palocci nutria por Dilma, reconhecendo que teria trânsito muito mais fácil junto ao setor privado do que Pinguelli, além de ter apoiado a Carta aos Brasileiros, concordando com as mudanças no partido. Olívio Dutra diz que também foi consultado e elogiou os méritos técnicos de sua secretária de Minas e Energia. "Posso ter pesado um pouco na balança naquele momento, mas, da transição para frente, o mérito é todo da Dilma." Já ministra, aproximou-se muito de José Dirceu, então chefe da Casa Civil.
Sua gestão no ministério foi marcada pelo respeito aos contratos da gestão anterior, pelos esforços em evitar um novo apagão e pela implantação de um modelo elétrico menos concentrado nas mãos do Estado, diferentemente do que queriam Luiz Pinguelli Rosa e Ildo Sauer. Quanto ao mercado livre de energia, Dilma não só o manteve como o ampliou. José Luiz Alquéres, presidente da Light, elogia o modelo implantado por Dilma, que está ajudando o segmento, criticando apenas a demora, que na sua visão é culpa da máquina governamental. Convicta de que investimentos urgentes em geração de energia elétrica deveriam ser feitos para que o país não sofresse um apagão já em 2009, Dilma travou sério embate com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que defendia o embargo a várias obras, preocupada com o desequilíbrio ecológico que poderiam causar. José Dirceu, à época ministro-chefe da Casa Civil, teve que criar uma equipe de mediadores entre as ministras para tentar resolver as disputas.
Amigo de Lula, Pinguelli foi nomeado presidente da Eletrobrás e protagonizou grandes divergências com a ministra, chegando a colocar o cargo à disposição. Ironizava as oscilações de humor de Dilma: "Essa moça formata o disquete a cada semana." Pinguelli por fim deixou o governo. Mauricio Tolmasquim, que na equipe de transição tinha uma visão do setor mais próxima a de Dilma, foi convidado por ela para ser o secretário-executivo do ministério. Declarou que à medida que foram se conhecendo melhor, Dilma passou a gritar de vez em quando com ele: "É o jeito dela. Não é pessoal. E em cinco minutos fica tudo bem." Ildo Sauer também se desentendeu com a ministra, que rechaçara suas ideias sobre um modelo estatizante. Tendo assumido a direção de gás e energia da Petrobras, divergiu, assim como o presidente da empresa, Sergio Gabrielli, várias vezes da ministra, sendo necessário até mesmo a intervenção de Lula. Sauer deixou a empresa em 2007. Outro que teve desentendimentos com a ministra sobre questões de energia foi o ex-deputado federal Luciano Zica. Para ele, "a Dilma é a pessoa mais democrática do mundo, desde que se concorde 100% com ela."
Ao assumir o ministério, Dilma defendeu uma nova política industrial para o governo, fazendo com que as compras de plataformas pela PETROBRAS tivessem um conteúdo nacional mínimo, que poderiam gerar 30 mil novos empregos no país. Argumentou que não era possível que uma obra de 1 bilhão de reais não fosse feita no Brasil. As licitações para as plataformas P-51 e P-52 foram, então, as primeiras no país a exigirem um conteúdo nacional mínimo. Houve críticas à exigência, sob o fundamento de que isso aumentaria os custos da Petrobrás., mas Dilma defendeu a capacidade do país de produzir navios e plataformas, afirmando que a nacionalização, que variava entre 15 e 18% passou a ser de mais de 60%. Lula reconheceu que, visto apenas sob a ótica da empresa, o custo foi maior, mas não se deveria mirar apenas o custo imediato, mas o fortalecimento da ciência e tecnologia nacionais. Em 2008, a indústria naval passou a empregar 40 mil pessoas, em comparação às 500 pessoas empregadas em meados da década de 1990, fato que seria decorrente da exigência de nacionalização, levando a indústria naval à condição de sexta maior do mundo em 2009.
A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, durante apresentação do plano de habitação às centrais sindicais.
Luz Para Todos
Dilma propôs acelerar as metas de universalização do acesso à energia elétrica, que tinha como prazo final 2015, propondo que 1,4 milhões de domicílios rurais fossem iluminados até 2006. Argumentou que a universalização era uma meta de inclusão social, devendo fazer parte de programas como o Fome Zero, não sendo possível supor que seja um programa que dê retorno financeiro. No governo anterior, havia sido lançado o programa "Luz no Campo", com o objetivo de incentivar o agronegócio e prevendo o custeio pelo beneficiário, sendo que o programa governamental propunha-se a financiar o custo. A meta daquele programa era atender um milhão de famílias, mas até o início de 2003 pouco mais da metade haviam sido atendidas. Conforme Dilma, o programa anterior só obteve resultados nos estados onde os governos locais subsidiaram a população. Defendeu, então, um programa altamente subsidiado pelo governo, que não deveria apenas financiar, mas custear a universalização. O subsidio, por outro lado, deveria ser para o consumidor final, não para as empresas.
O programa foi lançado em novembro de 2003, com o nome "Luz Para Todos", concentrado em beneficiar regiões de baixo índice de desenvolvimento humano e famílias com renda até três salários mínimos. A meta do programa era atender até 2008 dois milhões de famílias. Em abril de 2008, o governo ampliou o programa, prevendo-o até 2010, para beneficiar outro 1,17 milhão de famílias. Em outubro de 2008, Dilma reconheceu que o governo não conseguiria cumprir a meta a tempo, restando 100 mil famílias para serem atendidas em 2009. A Região Nordeste concentrou 49% das ligações do programa, que representou, de janeiro de 2005 a maio de 2008, 37,8% de todas as novas ligações elétricas na região, fazendo com que o Nordeste pela primeira vez ultrapassasse a Região Sul no consumo de energia elétrica.
Ministra-Chefe da Casa Civil
Barack Obama (Presidente dos Estados Unidos da América), Lula e Dilma como Ministra-Chefe da Casa Civil em março de 2009.
Dilma Rousseff participa da 3ª Conferência Nacional da Aquicultura e Pesca, setembro de 2009.
Como ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff tinha o apoio de dois dos principais ministros do governo Lula: Antonio Palocci e José Dirceu. Quando Dirceu saiu do ministério devido ao escândalo do mensalão, ao invés de ficar enfraquecida, Lula surpreendeu escolhendo Dilma para a chefia da Casa Civil. Para Gilberto Carvalho, secretário particular do presidente, Dilma chamou a atenção de Lula pela coragem de encarar situações difíceis e pela capacidade técnica. Franklin Martins, outro guerrilheiro que virou ministro, afirmou que Lula teria ficado bem impressionado com a gestão de Dilma nas Minas e Energia, evitando outro apagão: "Lula percebeu que ela fazia as coisas andarem." Também evitaria a disputa entre Palocci e Dirceu para sucedê-lo, já que Dilma não tinha essa ambição, era nova no partido e, por não pertencer a nenhuma ala, transitava por todas. Dilma revelou a Gilberto Carvalho que a indicação para a Casa Civil foi uma surpresa muito maior do que quando fora indicada para a pasta de Minas e Energia. De acordo com o senador Pedro Simon (PMDB-RS), desde que Dilma assumiu o ministério, "a seriedade está se impondo" na Casa Civil.
O Consulado dos Estados Unidos em São Paulo encaminhou ao Departamento de Estado, logo após a posse de Dilma na Casa Civil, um dossiê traçando seu perfil detalhado, falando de seu passado como guerrilheira, gostos e hábitos pessoais e características profissionais, sendo descrita como técnica prestigiada e detalhista, com fama de workaholic e com grande capacidade de ouvir, mas com falta de tato político, dirigindo-se às vezes, conforme relatos de um assessor graduado, diretamente aos técnicos ao invés de seus superiores.
Dilma e Lula durante cerimônia de lançamento do PAC da Habitação.
Dilma negou as acusações e Denise Abreu não apresentou nenhum documento ou prova que sustentasse suas acusações.
Programa de Aceleração do Crescimento
Dilma Rousseff é considerada pelo governo a gerente do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). Lula também a chamou de "mãe" do PAC, designando-a responsável pelo programa em todo o país e informando que a população deve cobrar dela o andamento das obras. Quanto ao ritmo das obras, Dilma alegou que o país não tem o elevado grau de eficiência da Suíça, mas tem conseguido acelerar os maiores projetos.
Candidata às eleições de 2010
Dilma no início da campanha à Presidência da República em Porto Alegre, em julho de 2010.
Dilma Rousseff com seu vice Michel Temer, durante a campanha eleitoral.
Em abril de 2007, Dilma já era apontada como possível candidata à presidência da República. No mês seguinte, Dilma afirmou que era simpática à ideia. Em outubro do mesmo ano, jornais estrangeiros, como o argentino La Nación e o espanhol El País, já indicavam que ela era um nome forte à sucessão de Lula. Lula passou a fazer uma superexposição de Dilma para testar seu potencial como candidata. Em abril de 2008, a The Economist indicava que sua candidatura não parecia ainda viável, pois era pouco conhecida, ainda que fosse a ministra mais poderosa de Lula.
Em dezembro de 2008, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que jamais conversara com Dilma Rousseff sobre sua possível candidatura para as eleições presidenciais de 2010, dizendo ter apenas insinuado. Para Lula, Dilma é a "pessoa mais gabaritada" para sucedê-lo. Em outubro de 2009, Dilma e Lula foram acusados pela oposição de estarem fazendo propaganda eleitoral antes do prazo durante visitas feitas pelo Presidente às obras de Transposição do Rio São Francisco. O episódio ganhou mais notoriedade quando o então Presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, comentou o caso.
Sua candidatura foi oficializada em 13 de junho de 2010, em convenção nacional do Partido dos Trabalhadores realizada em Brasília-DF. Foi também referendado o nome do atual presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP) como seu vice. Participaram da mesa, entre outros, o ex-ministro José Dirceu, o líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE), e o secretário-geral da legenda, José Eduardo Cardozo. Sua candidatura foi apoiada por figuras famosas como Chico Buarque, Beth Carvalho, Alceu Valença, Elba Ramalho, Emir Sader, Oscar Niemeyer, Leonardo Boff, e Marilena Chauí.
Suposto dossiê
O delegado Onézimo das Graças Sousa, aposentado do Departamento de Polícia Federal, segundo reportagem da Folha de S.Paulo alega ter participado de um encontro com os coordenadores da campanha eleitoral de Dilma Rousseff para a criação de um dossiê contra o também candidato José Serra. Onésimo diz que recusou-se a fazer o que lhe foi pedido e denunciou os "fatos" para a imprensa. Em depoimento no dia 17 de junho de 2010 para a Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional Brasileiro, afirmou ter sofrido ameaça de morte por revelar esse plano para a confecção do dossiê.
Em uma segunda matéria publicada em 19 de junho de 2010, a Folha de S. Paulo afirmou que dados da declaração de imposto de renda do presidente do PSDB, Eduardo Jorge, oriundos do sistema da Receita Federal, haviam sido levantados por um "grupo de inteligência" da pré-campanha de Dilma Rousseff. Os papéis também integrariam o suposto dossiê supracitado que, segundo a Folha, teria sido montado com o aval de uma ala da pré-campanha presidencial petista.
Dois dias após a publicação da reportagem, a direção nacional do PT divulgou nota negando qualquer participação do partido no episódio. No dia 13 de julho de 2010, em depoimento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado onde foi convocado a se explicar sobre o caso, o secretário da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, confirmou o acesso aos dados fiscais protegidos por sigilo do vice-presidente nacional do PSDB, Eduardo Jorge, mas se recusou a apontar o nome dos responsáveis, mesmo se a sessão fosse transformada em secreta. Após o depoimento de Cartaxo, o deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) informou que ingressará com representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o secretário da Receita Federal, por crime de prevaricação. O deputado acusou o PT de utilizar o aparato do governo federal para atacar a oposição – "Primeiro foi o caso do caseiro Francenildo Costa. Agora, a Receita Federal está envolvida em outro escândalo. A transparência é fundamental nessa investigação".
Reportagem publicada pela revista Carta Capital em junho de 2006 afirma que o suposto dossiê seria, na verdade, um livro ainda não publicado, intitulado Os Porões da Privataria, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, acerca de supostos escândalos envolvendo privatizações, propinas, lavagem de dinheiro e desvio de dinheiro público em gestões do PSDB. Ainda segundo a Carta Capital, Onésimo, especialista em contraespionagem, teria oferecido ao PT serviços de vigilância e rastreamento de escutas telefônicas, mas foi descartado. Em entrevista ao programa Roda Viva, Dilma afirmou, sobre as alegações da Folha quanto à existência do suposto dossiê, que o jornal "não tem fé pública" e que enquanto o jornal não demonstrar provas, trata-se de uma "uma acusação infundada". Também afirmou que só não processou a Folha de S. Paulo porque "respeita a liberdade de imprensa". O PT entrou com ação na justiça contra José Serra, pelo fato do candidato tê-la acusado de ser responsável pelo suposto dossiê.
Em 21 de julho, surgiu o nome de Antonia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva como possível responsável pelo vazamento. Antonia é analista da Receita Federal e foi exonerada do cargo em comissão que ocupava no dia oito de julho, uma semana após as denúncias surgirem na imprensa e a Receita ter aberto sindicância. Para o Fisco, foi com a senha de acesso de Antonia que os dados foram consultados e impressos sem justificativa legal. Casada com um auditor fiscal, Antonia também já participou da diretoria do sindicato dos servidores da receita na região do ABC. Segundo o sindicalista Helio Bernardes, atual presidente do Sindireceita, a servidora nega ter acessado os dados.
Repercussão internacional
Dilma Rousseff na Convenção Nacional do Partido dos Trabalhadores.
Durante sua campanha eleitoral, a possibilidade de eleição de Dilma Rousseff recebeu destaque em vários periódicos internacionais.
Para o britânico The Independent, em matéria publicada sobre a candidata, a sua eleição "marca o desmantelamento final do 'Estado de segurança nacional', um arranjo que os governos conservadores nos Estados Unidos e na Europa já viram como seu melhor artifício para manter um status quo podre, que manteve uma vasta maioria na América Latina na pobreza, enquanto favorecia seus amigos ricos", sendo ela uma candidata que "não se constrange com o passado de guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e a temporada na prisão como prisioneira política". Disse também que, caso eleita, tornar-se-á "a mulher mais poderosa do mundo".
O jornal espanhol El País caracterizou Dilma como "uma grande gestora, mulher mais de ação do que de pensamento" e posteriormente, ao estimar que o candidato do PSDB José Serra pode sofrer uma "derrota humilhante" nas urnas, pôs em questão o aparecimento de escândalos levantados por outros candidatos às vésperas das eleições: "milhares de brasileiros sonhavam com uma campanha eleitoral sem sobressaltos e centrada nas propostas dos candidatos, mas mais uma vez o jogo sujo está eclipsando o debate político".
A candidata, que é descendente de búlgaros, recebeu uma reportagem de duas páginas do mais importante periódico da Bulgária, o Trud, e vários jornalistas de meios de comunicação do país comentam com empolgação a possibilidade uma filha de búlgaro ser eleita presidente do Brasil. Durante sua campanha o país experimentou uma espécie de "febre" e interesse por Dilma.
Programa de governo
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, o programa de governo de Dilma Rousseff registrado no TSE em 06 de julho de 2010, uma formalidade exigida pela legislação, contemplou duas versões em questão de algumas horas. Inicialmente o partido registrou um papelório com 19 páginas, todas rubricadas pela candidata, com temas controversos como controle da mídia, aborto e invasão de terras. Horas depois, uma segunda versão, sem os temas mais controversos – classificados como radicais por diversos meios de comunicação, como a Folha de S. Paulo, o jornal O Globo e a revista Veja, – foi enviada para substituir o primeiro, esse assinado por advogados procuradores do PT. Ainda segundo o jornal, a assessoria da candidata teria afirmado que tanto ela quanto José Eduardo Dutra (presidente do partido) assinaram a versão sem ler o que estava escrito. Indagada, Dilma respondeu que "Nós não concordamos com a posição expressa (sobre controle da mídia, aborto e invasão de terras)". "Tem coisas do PT com as quais concordamos, coisas com as quais não concordamos, e assim nos outros partidos também".
Multas eleitorais
Dilma foi a primeira candidata a presidência a receber multa eleitoral por propaganda irregular na eleição de 2010. A primeira multa, de cinco mil reais, foi em 13 de maio de 2010, após o TSE analisar o programa partidário veiculado pelo PT em dezembro de 2009 e considerar que houve propaganda antecipada em favor de Dilma. A segunda infração ocorreu dia 10 de abril de 2010, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos. A terceira multa, também no valor de cinco mil reais, foi aplicada no dia 8 de julho de 2010.
No dia 13 de julho, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral Nancy Andrighi multou mais uma vez a candidata em seis mil reais. No dia 20 de julho uma representação impetrada pelo Ministério Público Eleitoral foi acatada pelo ministro Henrique Neves, e outra multa de cinco mil reais foi aplicada à presidenciável. No mesmo dia, outra multa de 5 mil reais foi aplicada à candidata. A sétima punição foi dada no dia 22 de julho e teve o valor de 4 mil reais.
Por propaganda antecipada, Dilma já contabiliza sete multas, totalizando trinta e três mil reais de débito com a justiça.
Vitória
Dilma é eleita a primeira mulher presidente do Brasil, 31 de outubro.
No dia 31 de outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita presidente do Brasil, cargo a ser ocupado pela primeira vez na história do país por uma mulher. Obteve 55.752.529 votos, que contabilizaram 56,05% do total de votos válidos. No seu pronunciamento, disse, nas próprias palavras:
Vou fazer um governo comprometido com a erradicação da miséria e dar oportunidades para todos os brasileiros e brasileiras. Mas, humildemente, faço um chamado à nação, aos empresários, trabalhadores, imprensa, pessoas de bem do país para que me ajudem.
— Em seu primeiro pronunciamento como presidente eleita do Brasil.
No discurso, tratou de diversos temas, tais quais a valorização da democracia, a liberdade de imprensa, a liberdade religiosa e sobretudo as mulheres. Disse ainda que seu governo vai manter a inflação sob controle, melhorar os gastos públicos, simplificar a tributação e melhorar os serviços públicos para a população.
Dilma escolheu a Rede Record para conceder sua primeira entrevista após a vitória das urnas. Ela respondeu às perguntas das jornalistas Ana Paula Padrão e Adriana Araújo em Brasília. A presidente também foi a primeira eleita democraticamente, desde o fim do regime militar no Brasil, a dar uma entrevista que não fosse para a Rede Globo.
Presidente da República
Preparativos para o cargo
No começo de novembro de 2010, Dilma iniciou sua preparação para assumir o cargo de presidente da República, reafirmando a necessidade de ampliação de programas-chave da gestão Lula, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e ProUni (Universidade para Todos), totalizando 13 diretrizes de governo. O gabinete de transição terá um orçamento de 2,8 milhões de reais e funcionará no Centro Cultural Banco do Brasil. Será coordenado pelo ministro interino da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves Lima, em conjunto com coordenadores designados pela presidente eleita.
Um decreto do presidente Lula garante que o gabinete tenha acesso irrestrito a dados do atual governo relativos a contas públicas do governo federal, à estrutura organizacional da administração pública, à implementação, acompanhamento e resultado dos programas e ações de órgãos públicos e ministérios, e a assuntos que requeiram adoção de providências da administração no primeiro quadrimestre do novo governo.
Em nota divulgada no dia 2 de novembro, a presidente eleita disse que a coordenação política da equipe de transição ficará a cargo do vice-presidente eleito Michel Temer, do presidente do PT, José Eduardo Dutra, e dos deputados federais Antonio Palocci e José Eduardo Cardozo. Será uma equipe de 50 pessoas eminentemente técnica e todos os partidos da base aliada serão ouvidos.
Vida pessoal
Dilma Rousseff com Lula e Michel Temer durante a campanha eleitoral de 2010.
O primeiro marido de Rousseff foi o jornalista mineiro Cláudio Galeno de Magalhães Linhares. No fim da década de 1970, Dilma e Cláudio se divorciaram. Dilma, então, resolveu reconstruir sua vida no Rio Grande do Sul, rumando para Porto Alegre onde conheceu seu futuro marido, o ex-guerrilheiro e ex-deputado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, com quem teve sua única filha, Paula, nascida em 27 de março de 1976. Preso em São Paulo, Araújo foi transferido para seu estado natal para completar a pena. Dilma deu aulas a presidiários para ver Araújo.
Carlos Araújo e Dilma se separaram em 1994, mas em 1996 se reconciliaram e voltaram a viver juntos. Porém, depois de mais 30 anos de relacionamento, Dilma e Carlos Araújo se divorciam em 2000.
Dilma declara gostar de História e interessar-se por ópera. No início dos anos 1990, matriculou-se no curso de teatro grego do dramaturgo Ivo Bender. A mitologia grega tornou-se uma obsessão para Dilma, que, influenciada por Penélope, resolveu aprender a bordar. Ela é leitora assídua de Machado de Assis, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, e Adélia Prado.
Dilma havia passado a usar o sobrenome Linhares após seu casamento com Cláudio Galeno, em 1967. A separação se deu quando estavam na clandestinidade e o divórcio amigável ocorreu apenas em 1981. Dilma, contudo, continuou usando o sobrenome do primeiro marido socialmente até 1999, mesmo usando oficialmente Araújo do segundo marido. Após seu segundo divórcio, parou de se apresentar como Linhares e retirou o Araújo, voltando a usar seu nome de solteira, Dilma Vana Rousseff.
Paula Rousseff
Dilma Rousseff (esquerda) durante o batismo de seu neto em Porto Alegre, com a filha Paula Rousseff (centro), e Rafael Covolo – marido de Paula (esquerda).
Nascida em 27 de março de 1976, em Porto Alegre, Paula Rousseff é a única filha de Dilma e de seu ex-marido, Carlos Araújo. Paula graduou-se em direito e ocupa o cargo de Procuradora do Trabalho em sua cidade natal. Ela é casada com Rafael Covolo, administrador de empresas, desde 2008. de 2010, Paula deu à luz ao primeiro neto de Dilma, Gabriel Rousseff Covolo, nascido em Porto Alegre, enquanto a mãe já estava em campanha presidencial. No primeiro turno, após o último debate entre os quatro principais candidatos, em 30 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro, Dilma viajou para Porto Alegre para o batismo de Gabriel em 1º de outubro de 2010.
Temperamento
Considerada dona de um temperamento explosivo, é acusada por parte da imprensa de ter destratado colegas de sua pasta, nomeadamente o ministro Paulo Bernardo, na frente dos governadores tucanos José Serra e Aécio Neves. É acusada de "ter feito chorar" o presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, depois de uma reprimenda via telefone. Segundo o jornal O Globo, o secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, Luiz Antonio Eira, teria pedido demissão devido a um desentendimento com ela, em que teria se sentido humilhado; Dilma, porém, nega que o tenha destratado.
"Sou uma mulher dura cercada por ministros meigos."
—Dilma Rousseff.
As supostas atitudes agressivas de Dilma, porém, garantiriam seu prestígio diante de Lula, que pondera que seu comportamento mais ajuda do que atrapalha: seu temperamento se convertia na eficiência para resolver problemas sem soluções, inclusive alguns vindos da gestão de José Dirceu. O vice-presidente da República, José Alencar, considera o temperamento da ministra "dedicado" e "sério", assim como "bravo". Para ele, o eleitor veria nesse temperamento qualidades "excepcionais" para o comando do país.
Sobre seu temperamento, Dilma afirma: "O difícil não é meu temperamento, mas minha função. Eu tenho de resolver problemas e conflitos. Não tenho descanso. Não sou criticada porque sou dura, mas porque sou mulher. Sou uma mulher dura cercada por ministros meigos".
… eu acho interessante o fato de que a mulher, quando ela exerce um cargo com alguma autoridade, sempre é tachada de dura, rígida, dama de ferro ou qualquer coisa similar. E eu acho isso, de fato, um estereótipo. É um padrão, uma camisa de força que tentam enquadrar em nós mulheres.
— Dilma, ao confirmar que já se sentiu discriminada por ser mulher
Saúde
Em abril de 2009, Dilma revelou que estava se submetendo a um tratamento contra um linfoma, câncer no sistema linfático, que havia descoberto a partir de um nódulo na axila esquerda, em um exame de rotina, em fase inicial. O tratamento incluía sessões de quimioterapia. Tratava-se do tipo mais agressivo, mas as chances de cura eram de 90%. Em meados de maio, foi internada no Hospital Sírio Libanês com fortes dores nas pernas, sendo diagnosticada uma miopatia, inflamação muscular decorrente do tratamento contra o câncer. No início de setembro do mesmo ano, revelou ter concluído tratamento de radioterapia, dizendo-se curada, o que foi confirmado pelos médicos daquele hospital no final do mesmo mês. Raspou o cabelo antes que ele começasse a cair, devido às sessões de quimioterapia, o que a fez usar peruca durante sete meses, até dezembro de 2009.
Outras atividades profissionais
Entre 1995 e 1996, quando estava afastada de suas atividades em cargos públicos, Dilma teve uma curta experiência como micro-empresária.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Barack Obama
Barack Obama
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
44.º Presidente dos Estados Unidos
Barack Hussein Obama II (Honolulu, 4 de agosto de 1961) é um advogado e político dos Estados Unidos, o quadragésimo quarto e atual presidente do país, desde 20 de janeiro de 2009, e o Nobel da Paz de 2009. Sua candidatura foi formalizada pela Convenção do Partido Democrata em 28 de agosto de 2008.
Até então, era senador pelo estado de Illinois. Obama foi o primeiro negro (afro-americano no contexto estadunidense) a ser eleito presidente estadunidense. Foi também o único senador afro-americano na legislatura anterior. Barack Obama também é canhoto, assim como alguns presidentes dos Estados Unidos como: Gerald Ford, Ronald Reagan, George H. W. Bush e Bill Clinton.
Graduou-se em Ciências Políticas pela Universidade Columbia em Nova Iorque, para depois cursar Direito na Universidade de Harvard, graduando-se em 1991. Foi o primeiro afro-americano a ser presidente da Harvard Law Review.
Obama atuou como líder comunitário e como advogado na defesa de direitos civis até que, em 1996, foi eleito ao Senado de Illinois (Órgão integrante da Assembléia Geral de Illinois, que constitui o poder legislativo local), mandato para o qual foi reeleito em 2000. Entre 1992 e 2004, ensinou direito constitucional na escola de direito da Universidade de Chicago.
Tendo tentado, em 2000, eleger-se, sem sucesso, ao Congresso dos Estados Unidos, anunciou, em janeiro de 2003, sua candidatura ao Senado dos Estados Unidos. Após vitória na eleições primárias, foi escolhido como orador de honra para a Convenção Nacional do Partido Democrata em julho de 2004. Em novembro, foi eleito Senador dos Estados Unidos pelo estado de Illinois com 70% dos votos. Em 4 de janeiro de 2005 assumiu o atual mandato, o qual tem duração até 2011.
Como membro da minoria democrata no período entre 2005 e 2007, ajudou a criar leis para controlar o uso de armas de fogo e para promover maior controle público sobre o uso de recursos federais. Neste período, fez viagens oficiais para o Leste Europeu, o Oriente Médio e África. Na atual legislatura, contribuiu para a adoção de leis que tratam de fraude eleitoral, da atuação de lobistas, mudança climática, terrorismo nuclear e assistência para militares americanos após o período de serviço. Recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2009.
Biografia
Barack Hussein Obama II nasceu em 4 de agosto de 1961 em Honolulu, no estado americano do Havaí, filho de Barack Obama, Sr., um economista queniano, nascido em Nyang’oma Kogelo, distrito de Siaya, Quénia e de Ann Dunham, antropóloga americana, branca, nascida em Wichita, no estado do Kansas, Estados Unidos. Seus pais conheceram-se enquanto frequentavam a Universidade do Havaí em Manoa, onde seu pai era um estudante estrangeiro.
Eles separam-se quando Obama tinha dois anos de idade, divorciando-se em seguida. Seu pai retornou ao Quênia, encontrando-se com o filho apenas mais uma vez antes de falecer em um acidente de automóvel em 1982, quando seu filho Obama tinha vinte e um anos.
Após o seu divórcio, Ann Duham casou-se com o indonésio Lolo Soetoro. A família mudou-se para o país natal de Soetoro em 1967, tendo Obama frequentado escolas em Jakarta até os dez anos de idade. Ele então retornou para Honolulu para morar com seus avós maternos. Em Honolulu, frequentou a escola Punahou, desde a quinta série do ensino elementar americano, em 1971, até a graduação no ensino secundário, em 1979, com 18 anos.
A mãe de Obama retornou ao Havaí em 1972, quando o filho tinha 11 anos, lá permanencendo por muitos anos. Voltou à Indonésia por alguns períodos para o desenvolvimento de trabalho de campo. Ela defendeu tese de doutoramento em antropologia pela Universidade do Havaí em 1992. Faleceu de câncer nos ovários em 1995, quando Obama tinha 34 anos.
Já adulto, Obama admitiu ter usado cocaína, maconha e álcool durante o ensino médio, tendo classificado, em evento na atual campanha eleitoral como seu maior erro do ponto de vista moral.
Após concluir o ensino secundário, com 17 anos, Barack Obama mudou-se para Los Angeles, onde estudou no Occidental College por dois anos. Em 1981, com 20 anos, transferiu-se para a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, onde graduou-se 2 anos depois em ciência política, com especialização em relações internacionais. Seu pai faleceu neste período. Obama obteve o título de bacharel de artes em 1983, com 22 anos, quando foi trabalhar por um ano na empresa Business International Corporation, hoje parte do grupo que publica a revista The Economist[15] e em seguida para a organização sem fins lucrativos New York Public Interest Research Group.[16][17]
Após quatro anos na cidade de Nova Iorque, Obama mudou-se para Chicago com 24 anos, para trabalhar como agente comunitário entre junho de 1985 a maio de 1988 como diretor da Developing Communities Project (DCP), uma associação comunitária religiosa originalmente composta por oito paróquias católicas, na região da grande Roseland (Roseland, West Pullman, e Riverdale) ao sul de Chicago. Nos seus três anos como diretor da DCP, sua equipe passou de 1 para 13 pessoas e seu orçamento anual cresceu de 70 mil dólares para 400 mil dólares, tendo conseguido, entre outros resultados, auxiliar :
• a criação de um programa de educação para o trabalho,
• a criação de um programa de mentoria para a preparação para o estudo universitário, e
• o estabelecimento de uma organização de defesa dos direitos de inquilinos na região de Altgeld Gardens, em Chicago.
Obama também trabalhou como um consultor e instrutor para a fundação Gamaliel, um instituto que dá consultoria e treinamento para associações comunitárias. Em meados de 1988, com 27 anos, ele viajou pela primeira vez para a Europa, onde permaneceu por três semanas, indo em seguida ao Quênia, onde permaneceu por cinco semanas, lá encontrando-se pela primeira vez com alguns de seus parentes.
Obama ingressou na escola de direito de Harvard no final do mesmo ano de 1988. Ao final do seu primeiro ano na escola, foi escolhido como editor da revista Harvard Law Review, em função das suas notas e de uma competição de redação. Em seu segundo ano na escola, foi escolhido presidente da revista, uma posição voluntária de tempo-integral, assumindo as responsabilidades de editor-chefe e supervisionando a equipe de 80 editores. A eleição de Obama como primeiro presidente afro-americano da revista teve ampla cobertura jornalística, sendo objeto de longas reportagem sobre ele. Ele obteve o título de doutor em direito por Harvard em 1991, com 30 anos, graduando-se com louvor. Retornou então para Chicago onde já havia trabalhado, inclusive nos períodos de férias de verão de 1989 e 1990, para os escritórios de direito Sidley & Austin e Hopkins & Sutter, respectivamente.
Em 1992, casa-se com Michelle Obama.
A publicidade associada à sua eleição como primeiro afro-americano presidente da Harvard Law Review resultou em um contrato e adiantamento para que ele escrevesse um livro sobre questões relacionadas à raça. Em um esforço para contratar Obama para o seu corpo docente, a escola de direito da Universidade de Chicago ofereceu a ele uma posição em pesquisa e um escritório onde poderia trabalhar no seu livro. Ele planejara terminar o livro em um ano, no entanto a tarefa consumiu muito mais tempo à medida que evoluiu para um livro de memórias. A fim de trabalhar sem interrupções, Obama e sua esposa, viajaram para Bali, onde passou meses escrevendo. O manuscrito foi finalmente publicado como Dreams from My Father em meados de 1995, quando Obama estava com 34 anos.
Obama dirigiu a iniciativa Project Vote em Illinois entre abril e outubro de 1992. O projeto, voltado para o registro de eleitores, contava com 10 funcionários e 700 voluntários. Ele atingiu seu objetivo de registrar 150 mil dos 400 mil afro-americanos não registrados do Estado, motivando a revista Crain's Chicago Business a incluir, em 1993, Obama na sua lista de líderes promissores com menos de 40 anos.
Obama ensinou direito constitucional na escola de direito da Universidade de Chicago por doze anos.
Em 1993, Obama juntou-se à firma Davis, Miner, Barnhill & Galland, um escritório de direito composto por 12 advogados especializado em casos de direitos individuais e desenvolvimento econômico de vizinhanças, atuando como advogado associado por três anos, entre 1993 e 1996. Entre 1996 a 2004 possuiu o título de Counsel, posição de maior independência, não tendo porém atuado entre 2002 e 2004.
Em 1992, Obama foi membro fundador da mesa diretora da organização sem fins lucrativos Public Allies, renunciando ao cargo antes de sua esposa tornar-se a primeira diretora executiva da Public Allies, Chicago, no início de 1993. Entre 1993 e 2002, foi membro da mesa diretora da fundação filantrópica Woods Fund of Chicago, que, em 1985, foi a primeira fundação a financiar o trabalho de Obama no DCP. Participou da mesa diretora da fundação Joyce entre 1994 e 2002.Entre 1995 e 2002 atuou na mesa diretora do Chicago Annenberg Challenge, tendo sido fundador e presidente. Participou também da mesa diretora das seguintes organizações: Chicago Lawyers' Committee for Civil Rights Under Law, Center for Neighborhood Technology, e Lugenia Burns Hope Center.
Carreira política
Carreira no Senado pelo Illinois
Fez sua carreira política em Chicago, Illinois, cidade onde trabalhou, conheceu sua esposa, constituiu família e onde durante anos foi líder comunitário e professor de Direito Constitucional numa universidade local.
Em 1996, Obama foi eleito senador estadual de Illinois.
Em 2004, fez campanha para o Senado dos Estados Unidos pelo lugar que o senador anterior, Peter Fitzgerald, deixara. Nas eleições primárias para a candidatura democrata, os seus opositores foram Blair Hull, um homem de negócios, e Dan Hynes, procurador do estado de Illinois. Obama começou abaixo de Hull nas sondagens de opinião, mas isso mudaria depois de um escândalo de violência doméstica que implicava Hull. A partir daí, melhorou notavelmente a sua imagem, começando a liderar nas sondagens. Foi recebendo apoios dos líderes democráticos. Nas primárias, Obama somou mais votos que os outros seis candidatos combinados, ganhando com 52% dos sufrágios.
Obama enfrentou o candidato Jack Ryan, o vencedor da primária republicana. Durante a campanha, contudo, um escândalo sexual implicou Ryan (foi acusado de levar a sua mulher a clubes de sexo). evido a isso, Ryan retirou-se da campanha. O partido republicano no Illinois então escolheu como candidato conservador Alan Keyes para substituir Ryan. Finalmente, Obama venceu as eleições por uma diferença considerável: 70% contra 27% de Keyes.
Eleição presidencial de 2008
Obama discursando ao eleitorado da Pensilvânia, Outubro de 2008.
Em 16 de janeiro de 2007, anunciou a criação de um comité exploratório para recolha de fundos para uma candidatura à presidência; a 10 de Fevereiro de 2007, declara-se candidato às primárias embora a sua pouca experiência governativa e a grande concorrência no seu partido, por parte de Hillary Clinton, sejam grandes obstáculos. A 15 de Dezembro de 2007, recebeu o apoio do prestigiado jornal diário nacional The Boston Globe.
Obama ganhou a primeira eleição primária pelo Partido Democrata, em Iowa, no dia 3 de janeiro de 2008, saindo na frente de Hillary Clinton e John Edwards. Já na segunda, Hillary Clinton bateu Obama por três pontos percentuais nas primárias do Nova Hampshire.
Obama venceu em 26 de janeiro de 2008 com uma larga vantagem as primárias do partido democrata na Carolina do Sul, onde recebeu o dobro dos votos da senadora Hillary Clinton, devido ao grande apoio recebido dos negros que representaram metade dos cidadãos que foram votar.
Durante os cinco primeiros meses de 2008, Obama e a sra. Clinton protagonizaram uma renhida disputa pela nomeação que ficou decidida em fins de Maio, quando o senador ultrapassou os 2118 delegados necessários para lhe garantir a nomeação (2156 de Obama contra 1923 de Hillary Clinton). A 4 de Junho, depois de vencer as primárias do partido no estado de Montana, Barak Obama assumiu-se como o candidato dos democratas para as eleições de 4 de Novembro, embora tenha ainda de aguardar pela convenção do Partido Democrata, a ter lugar em Agosto, em que será formalmente nomeado. No dia 7 de Junho Hillary Clinton desiste a sua candidatura apoiando Obama a concorrer às presidenciais.
Em 28 de agosto de 2008, Obama foi nomeado oficialmente para concorrer à Casa Branca contra o republicano John McCain.
Devido à sua história pessoal (pai negro, mãe branca e padrasto asiático) é visto por muitos como um unificador, alguém que consegue transpor a barreira racial. O próprio Obama, já brincou com isso no programa da popular apresentadora estadunidense Oprah Winfrey, quando disse que jantares de sua família "são sempre uma mini-ONU, com parentes de todas as etnias". Ainda assim, chegou a ser acusado de racismo contra indivíduos de etnia branca, por ter participado da Igreja do Pastor Jeremiah Wright,considerado racista negro. Obama negou a associação. Associações racistas e nazistas consideraram-no um extremista racial negro, de origem islâmica, Daniel Pipes o considerou muçulmano, por ser filho de pai muçulmano, ainda que não praticante. Apesar disso, alguns grupos supremacistas brancos chegaram a declarar-lhe apoio
Recebeu o importante apoio da Família Kennedy, sendo comparado muitas vezes ao ex-presidente John Kennedy na sua capacidade de animar os eleitores e oferecer uma nova liderança.
Ainda recebeu o apoio de artistas como o cantor Will.I.Am e a líder das Pussycat Dolls, Nicole Scherzinger, que chegaram a gravar um vídeo denominado Yes We Can para a campanha do senador.
Obama presta juramento como 44.º Presidente dos Estados Unidos.
Em 4 de novembro de 2008, Barack Obama foi eleito presidente dos Estados Unidos, derrotando John McCain. No discurso de vitória, em Chicago, fez uma frase histórica.
Se existe alguém que ainda duvide que os Estados Unidos sejam o lugar onde todas as coisas são possíveis, que ainda questione a força de nossa democracia, a resposta está aqui esta noite
Presidência
No pleito de 4 de novembro de 2008 Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos, vencendo seu adversário John McCain, por uma diferença de 52% a 47% no total de votos.
Entre a eleição e a tomada de posse, Obama formará a equipe da nova administração. Para ela têm sido apontados vários nomes, como o de Rahm Emanuel para Chefe de Gabinete da Casa Branca.
Durante seu mandato, em 2009 foi acusado de ser anti-semita por entidades extremistas israelenses ao manifestar seu apoio para a criação de um Estado para os refugiados palestinos.
Nobel da Paz
Barack Obama foi premiado com o Nobel da Paz de 2009, "pelos extraordinários esforços para reforçar o papel da diplomacia internacional e a cooperação entre os povos". Houve críticas a esta atribuição. Um dos motivos é o reforço de tropas norte americanas no Afeganistão, por parte de Barack Obama.
Segundo o Comitê do Nobel, em Oslo, o presidente dos Estados Unidos criou um "ambiente novo para a política internacional. Graças a seus esforços, a diplomacia multilateral recuperou sua posição central e devolveu às Nações Unidas e outras instituições internacionais seu papel protagonista". Ainda de acordo com o Comitê, "a visão de um mundo sem armas nucleares estimulou o desarmamento e as negociações para o controle de armamento. Graças à iniciativa de Obama, os Estados Unidos estão desempenhando um papel mais construtivo para fazer frente aos desafios da mudança climática que enfrenta o mundo". De acordo com fontes ligadas ao Comitê, a escolha do laureado visa sempre transmitir uma mensagem política ao mundo. Assim, Obama foi escolhido pelo que representa - e não propriamente por realizações efetivas, ainda nos primeiros nove meses do seu mandato.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Biólogo brasileiro comenta criação de célula com genoma artificial
Eficiência do processo ainda é bem baixa e o custo é bem alto.
Mas potencial da tecnologia é enorme, assim como seus riscos.
Alysson Muotri
Especial para o G1
Havia dito que viria em 2009, mas errei por pouco. Mas mesmo com alguns meses de atraso, o genoma sintético, criado pelo polêmico Craig Venter, ganhou as manchetes mundiais nesta quinta-feira (20).
Cientistas montam célula controlada por genoma fabricado em laboratório O trabalho, publicado na concorrida revista científica "Science", traz uma narrativa interessante dos desafios enfrentados pelo grupo de Venter para gerar vida artificial. O manuscrito - cheio de nuances, reviravoltas, dilemas éticos, frustrações e um final feliz - mais parece um romance.
A saga de Venter começou com a síntese química do DNA de um micro-organismo, no caso um tipo de micoplasma (genitalium G37), com 582.970 pares de base, contendo 482 genes, um dos menores genomas até agora. A sequência do micoplasma já havia sido decifrada anteriormente.
Análises microscópicas e moleculares mostraram pouca diferença entre os micro-organismos naturais e os artificiais. A julgar pelas imagens, pode-se dizer que Venter conseguiuPor meio de reações químicas, o grupo refez a sequência das bases nitrogenadas do DNA, uma por uma, até atingir a cópia perfeita do genoma biológico encontrado na natureza. O obstáculo tecnológico da síntese de grandes sequências de DNA havia sido relatado anteriormente, num avanço tecnológico descrito em 2007. A montagem do genoma inteiro foi feita por partes, aproveitando-se do maquinário de recombinação das leveduras. Tudo foi sequenciado novamente, para ter certeza de que o genoma estava livre de erros. Também foram adicionadas “marcas d’água” no genoma sintético, diferenciando o micoplasma sintético do natural. Também foram adicionados genes que conferem resistência a certos antibióticos, para seleção em laboratório.
Com receio de armas biológicas,a CIA já está acompanhando de perto esses avanços, e tem uma lista dos centros capazes de sequenciar e montar pequenos genomasO outro desafio foi o de transplantar esse genoma para dentro de um citoplasma de uma célula receptiva. O genoma dos micro-organismos possuem "marcas" químicas no DNA, conhecidas como metilação. A célula lê o padrão de metilação do genoma e não o destrói, pois reconhece como pertencente a si mesma. Quando a bactéria é invadida por um vírus ou outro agente infeccioso, ela não reconhece o mesmo padrão e degrada o DNA exógeno, evitando a colonização do DNA pelo invasor.
O grupo de Venter usou duas estratégias para garantir que o genoma sintético não fosse destruído pelo mecanismo de defesa do micoplasma receptor. Primeiro, eles manipularam a bactéria hospedeira, removendo os genes responsáveis pela "restrição" de DNA exógeno (genes que lêem o perfil de metilação do DNA). Além disso, o grupo recriou o padrão de metilação do genoma sintético in vitro. Com essas duas estratégias, eles conseguiram manter os dois genomas dentro da mesma célula, mesmo que temporariamente. A pressão seletiva com antibióticos garantiu a sobrevivência dos micoplasmas que só tivessem o genoma sintético resistente.
O truque não funcionou de primeira. Descobriu-se uma mutação no sequência sintética, num gene essencial. Corrigiu-se a mutação e tentou-se de novo. Dessa vez pegou. Ao re-sequenciar novamente o genoma, descobriu-se que alguns genes não estavam funcionais por causa de deleções que aconteceram pelo caminho. Tudo bem, não eram genes muito importantes e seguiu-se assim mesmo.
Assim, o genoma sintético passou a codificar utilizando-se o maquinário protéico que já estava presente no citoplasma, produzindo todas as proteínas necessárias para a replicação da célula. Ao longo de diversas passagens, as proteínas celulares foram sendo substituídas por proteínas codificadas pelo genoma sintético. Estimou-se que em 30 gerações, os micoplasmas das culturas eram completamente oriundos de um genoma artificial. Análises microscópicas e moleculares mostraram pouca diferença entre os micro-organismos naturais e os artificiais. A julgar pelas imagens, pode-se dizer que Venter conseguiu.
A eficiência do processo é bem baixa e o custo bem alto. Ainda não é uma tecnologia que qualquer laboratório de biologia molecular será capaz de fazer nos próximos anos. Mesmo assim, o potencial da tecnologia é enorme. Pode-se, por exemplo, criar versões seguras de bactérias que “digerem” vazamentos de óleo, ou que produzam bicombustível de forma limpa. Poderá ser usada tanto para o bem (aplicações na área de saúde) quanto para o mal (armas biológicas). Talvez por isso mesmo a CIA já esteja acompanhando de perto esses avanços e tem uma lista dos centros capazes de sequenciar e montar pequenos genomas.
Interessante notar que o trabalho de Venter cutuca valores morais e éticos da sociedade atual. Até que ponto os cientistas teriam liberdade para criar novos seres recombinantes? Quais seriam as regulações e restrições para esse tipo de pesquisa? Mais importante, na minha opinião, são as possibilidades de se criar um genoma minimalista. Replicantes artificiais não são mais ficção científica e podem fornecer importantes detalhes sobre a origem da vida ou como manipular a evolução das espécies. Fascinante e adorável perspectiva.
* Alysson Muotri é colunista do G1 e pesquisador na Universidade da Califórnia , campus de San Diego
Mas potencial da tecnologia é enorme, assim como seus riscos.
Alysson Muotri
Especial para o G1
Havia dito que viria em 2009, mas errei por pouco. Mas mesmo com alguns meses de atraso, o genoma sintético, criado pelo polêmico Craig Venter, ganhou as manchetes mundiais nesta quinta-feira (20).
Cientistas montam célula controlada por genoma fabricado em laboratório O trabalho, publicado na concorrida revista científica "Science", traz uma narrativa interessante dos desafios enfrentados pelo grupo de Venter para gerar vida artificial. O manuscrito - cheio de nuances, reviravoltas, dilemas éticos, frustrações e um final feliz - mais parece um romance.
A saga de Venter começou com a síntese química do DNA de um micro-organismo, no caso um tipo de micoplasma (genitalium G37), com 582.970 pares de base, contendo 482 genes, um dos menores genomas até agora. A sequência do micoplasma já havia sido decifrada anteriormente.
Análises microscópicas e moleculares mostraram pouca diferença entre os micro-organismos naturais e os artificiais. A julgar pelas imagens, pode-se dizer que Venter conseguiuPor meio de reações químicas, o grupo refez a sequência das bases nitrogenadas do DNA, uma por uma, até atingir a cópia perfeita do genoma biológico encontrado na natureza. O obstáculo tecnológico da síntese de grandes sequências de DNA havia sido relatado anteriormente, num avanço tecnológico descrito em 2007. A montagem do genoma inteiro foi feita por partes, aproveitando-se do maquinário de recombinação das leveduras. Tudo foi sequenciado novamente, para ter certeza de que o genoma estava livre de erros. Também foram adicionadas “marcas d’água” no genoma sintético, diferenciando o micoplasma sintético do natural. Também foram adicionados genes que conferem resistência a certos antibióticos, para seleção em laboratório.
Com receio de armas biológicas,a CIA já está acompanhando de perto esses avanços, e tem uma lista dos centros capazes de sequenciar e montar pequenos genomasO outro desafio foi o de transplantar esse genoma para dentro de um citoplasma de uma célula receptiva. O genoma dos micro-organismos possuem "marcas" químicas no DNA, conhecidas como metilação. A célula lê o padrão de metilação do genoma e não o destrói, pois reconhece como pertencente a si mesma. Quando a bactéria é invadida por um vírus ou outro agente infeccioso, ela não reconhece o mesmo padrão e degrada o DNA exógeno, evitando a colonização do DNA pelo invasor.
O grupo de Venter usou duas estratégias para garantir que o genoma sintético não fosse destruído pelo mecanismo de defesa do micoplasma receptor. Primeiro, eles manipularam a bactéria hospedeira, removendo os genes responsáveis pela "restrição" de DNA exógeno (genes que lêem o perfil de metilação do DNA). Além disso, o grupo recriou o padrão de metilação do genoma sintético in vitro. Com essas duas estratégias, eles conseguiram manter os dois genomas dentro da mesma célula, mesmo que temporariamente. A pressão seletiva com antibióticos garantiu a sobrevivência dos micoplasmas que só tivessem o genoma sintético resistente.
O truque não funcionou de primeira. Descobriu-se uma mutação no sequência sintética, num gene essencial. Corrigiu-se a mutação e tentou-se de novo. Dessa vez pegou. Ao re-sequenciar novamente o genoma, descobriu-se que alguns genes não estavam funcionais por causa de deleções que aconteceram pelo caminho. Tudo bem, não eram genes muito importantes e seguiu-se assim mesmo.
Assim, o genoma sintético passou a codificar utilizando-se o maquinário protéico que já estava presente no citoplasma, produzindo todas as proteínas necessárias para a replicação da célula. Ao longo de diversas passagens, as proteínas celulares foram sendo substituídas por proteínas codificadas pelo genoma sintético. Estimou-se que em 30 gerações, os micoplasmas das culturas eram completamente oriundos de um genoma artificial. Análises microscópicas e moleculares mostraram pouca diferença entre os micro-organismos naturais e os artificiais. A julgar pelas imagens, pode-se dizer que Venter conseguiu.
A eficiência do processo é bem baixa e o custo bem alto. Ainda não é uma tecnologia que qualquer laboratório de biologia molecular será capaz de fazer nos próximos anos. Mesmo assim, o potencial da tecnologia é enorme. Pode-se, por exemplo, criar versões seguras de bactérias que “digerem” vazamentos de óleo, ou que produzam bicombustível de forma limpa. Poderá ser usada tanto para o bem (aplicações na área de saúde) quanto para o mal (armas biológicas). Talvez por isso mesmo a CIA já esteja acompanhando de perto esses avanços e tem uma lista dos centros capazes de sequenciar e montar pequenos genomas.
Interessante notar que o trabalho de Venter cutuca valores morais e éticos da sociedade atual. Até que ponto os cientistas teriam liberdade para criar novos seres recombinantes? Quais seriam as regulações e restrições para esse tipo de pesquisa? Mais importante, na minha opinião, são as possibilidades de se criar um genoma minimalista. Replicantes artificiais não são mais ficção científica e podem fornecer importantes detalhes sobre a origem da vida ou como manipular a evolução das espécies. Fascinante e adorável perspectiva.
* Alysson Muotri é colunista do G1 e pesquisador na Universidade da Califórnia , campus de San Diego
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Escola de Rubinéia está entre as 10 melhores do país
A escola municipal Cleide Luiza Cabrini Góiz, de Rubinéia, recebeu a média mais alta entre as instituições dos municípios vizinhos: 7, 5, ficando entre as 10 melhores escolas do país. Os dados são do Ministério da Educação e a avaliação é feita pelo programa Prova Brasil.
Para a secretária municipal de Educação de Rubinéia, Helena Maria Pelaio de Lima, a Tuta, esse resultado é fruto do empenho dos professores, respeito ao ritmo dos alunos e o compromisso firmado com os pais.
A nota 7,5 foi recebida com euforia por toda a equipe escolar. “Com esta nota já alcançamos a meta estimada para 2021, que é de 7,4, afirmou Fabiani Trivelato, diretora da escola.
“Sempre estamos fazendo reuniões semanais para discutir o desenvolvimento dos alunos, com o intuito de trabalharmos para a melhoria constante da educação em nossa cidade. A partir do programa Ler e Escrever, implantado neste ano no município, já percebemos o desenvolvimento da leitura das crianças e o enriquecimento cultural das mesmas. A qualidade da nossa educação reflete em melhores resultados e notas e nos colocam entre as dez melhores do país”, explicou Fabiani Trivelato.
Esse resultado se refere a avaliação feita no ano de 2009, pois programa Prova Brasil acontece a cada dois anos.
No ano de 2007, a escola municipal Cleide Luiza Cabrini Góiz, de Rubinéia, obteve 6,5 pontos, tendo já ficada também acima da média projetada pelo Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que foi de 5,8.
O VICE PREFEITO DE RUBINÉIA, IVO DE JESUS RODRIGUES, parabenizou o setor de Educação do município pelo excelente resultado alcançado na avaliação do Ideb, uma vez que, para ele, esse resultado deve-se ao grande esforço e dedicação de todos.
“Agradeço a nossa secretária da Educação, Helena Maria Pelaio, a Tuta, pelo grande trabalho junto a esse setor, pois não tem medido esforços para o bom desenvolvimento escolar dos nossos alunos”, disse o vice prefeito, que fez questão também de agradecer à diretora, vice diretora e coordenadora da escola, bem como a todo o pessoal de apoio. “Quero, com grande satisfação, em meu nome e em nome da minha esposa VERA LUCIA TRIVELATO RODRIGUES, que também faz parte deste grupo de educadores, agradecer a todos os professores da Rede Municipal, que mostraram, mais uma vez, que estão preparados para educar nossos alunos. O apoio que o prefeito Cidão tem dado a Educação, tem sido de suma importância, através do fornecimento de boas condições de trabalho aos funcionários, bem como a merenda e transporte aos alunos do município”, disse o Vice Prefeito.
Já o prefeito Aparecido Goulart ressaltou a importância do trabalho dos profissionais da Educação do Município. “Estou muito feliz com o resultado do Ideb, embora já esperasse um bom desempenho, pois conheço bem nossos profissionais. Porém essa pontuação superou minhas expectativas e, por isso, estou muito orgulhoso do trabalho de todos os professores e funcionários que se dedicam às nossas crianças. Sinto que nas mãos dessas pessoas, o futuro dos alunos está assegurado, finalizou Cidão.
Para a secretária municipal de Educação de Rubinéia, Helena Maria Pelaio de Lima, a Tuta, esse resultado é fruto do empenho dos professores, respeito ao ritmo dos alunos e o compromisso firmado com os pais.
A nota 7,5 foi recebida com euforia por toda a equipe escolar. “Com esta nota já alcançamos a meta estimada para 2021, que é de 7,4, afirmou Fabiani Trivelato, diretora da escola.
“Sempre estamos fazendo reuniões semanais para discutir o desenvolvimento dos alunos, com o intuito de trabalharmos para a melhoria constante da educação em nossa cidade. A partir do programa Ler e Escrever, implantado neste ano no município, já percebemos o desenvolvimento da leitura das crianças e o enriquecimento cultural das mesmas. A qualidade da nossa educação reflete em melhores resultados e notas e nos colocam entre as dez melhores do país”, explicou Fabiani Trivelato.
Esse resultado se refere a avaliação feita no ano de 2009, pois programa Prova Brasil acontece a cada dois anos.
No ano de 2007, a escola municipal Cleide Luiza Cabrini Góiz, de Rubinéia, obteve 6,5 pontos, tendo já ficada também acima da média projetada pelo Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, que foi de 5,8.
O VICE PREFEITO DE RUBINÉIA, IVO DE JESUS RODRIGUES, parabenizou o setor de Educação do município pelo excelente resultado alcançado na avaliação do Ideb, uma vez que, para ele, esse resultado deve-se ao grande esforço e dedicação de todos.
“Agradeço a nossa secretária da Educação, Helena Maria Pelaio, a Tuta, pelo grande trabalho junto a esse setor, pois não tem medido esforços para o bom desenvolvimento escolar dos nossos alunos”, disse o vice prefeito, que fez questão também de agradecer à diretora, vice diretora e coordenadora da escola, bem como a todo o pessoal de apoio. “Quero, com grande satisfação, em meu nome e em nome da minha esposa VERA LUCIA TRIVELATO RODRIGUES, que também faz parte deste grupo de educadores, agradecer a todos os professores da Rede Municipal, que mostraram, mais uma vez, que estão preparados para educar nossos alunos. O apoio que o prefeito Cidão tem dado a Educação, tem sido de suma importância, através do fornecimento de boas condições de trabalho aos funcionários, bem como a merenda e transporte aos alunos do município”, disse o Vice Prefeito.
Já o prefeito Aparecido Goulart ressaltou a importância do trabalho dos profissionais da Educação do Município. “Estou muito feliz com o resultado do Ideb, embora já esperasse um bom desempenho, pois conheço bem nossos profissionais. Porém essa pontuação superou minhas expectativas e, por isso, estou muito orgulhoso do trabalho de todos os professores e funcionários que se dedicam às nossas crianças. Sinto que nas mãos dessas pessoas, o futuro dos alunos está assegurado, finalizou Cidão.
Maioria das cidades ficou acima da média nas notas do Ideb
Dos 13 municípios com as notas mais altas, sete estão em São Paulo, cinco em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul
BRASÍLIA - Dos 5.404 municípios avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 84,9% atingiram as metas estabelecidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano passado, levando em conta as séries iniciais do Ensino Fundamental das escolas da rede pública.
O Ideb foi criado em 2005 para medir a qualidade do ensino público no país e é calculado a cada dois anos, levando em conta as notas da Prova Brasil e os índices de reprovação. O Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. O objetivo é que a média nacional chegue a 6 em 2021.
Em 2009, 50,2% das cidades ficaram acima da média nacional, que foi de 4,6 pontos, em uma escala de 0 a 10. Na avaliação anterior, em 2007, 47% dos municípios conseguiram superar a média, que era de 4,2 pontos.
O pior resultado da avaliação realizada no ano passado foi registrado pelo município de Apuarema, com nota 0,5. A cidade fica no sul da Bahia, a 320 quilômetros de Salvador. Procurada pela Agência Brasil, a secretária de Educação do município, Zaira dos Santos, mostrou-se surpresa com o resultado, mas não quis comentar os motivos do baixo desempenho.
A nota mais alta foi no município paulista de Cajuru, no nordeste do estado, a 360 quilômetros da capital. Lá, a média das notas das escolas da rede pública ficou em 8,6.
Dos 11 municípios com as piores notas nas séries iniciais do ensino fundamental, seis estão na Bahia, dois no Piauí, dois na Paraíba e um no Pará. Dos 13 municípios com as notas mais altas, sete estão em São Paulo, cinco em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul.
Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, a melhora nos resultados, especialmente nas séries iniciais, é reflexo de fatores como o estímulo à frequência na educação infantil, com maior investimentos, e a implantação do ensino fundamental de nove anos, que aumenta o tempo para a alfabetização, garantindo melhor desempenho na trajetória escolar.
Segundo ele, as regiões com melhor desempenho no Ideb são aquelas que contam com uma boa infraestrutura de prédios, biblioteca e acesso à Internet, além de melhores salários e carreira adequada. “Quando há esses insumos, é possível colher resultados melhores. Há uma relação direta entre padrão mínimo de qualidade e resultado do Ideb. Isso está comprovado pela terceira vez”, avalia o dirigente.
PIORES NOTAS:
Município - Ideb 2009
Apuarema (BA) - 0,5
Chaves (PA) - 1,4
Pedro Alexandre (BA) - 2,0
Nilo Peçanha (BA) - 2,1
Manoel Vitorino (BA) - 2,1
Duas Estradas (PB) - 2,2
Santa Inês (PB) - 2,2
São Félix do Piauí (PI) - 2,2
Dario Meira (BA) - 2,2
Pilão Arcado (BA) - 2,2
Bonfim do Piauí (PI) - 2,2
MELHORES NOTAS:
Município - Ideb 2009
Cajuru (SP) - 8,6
Claraval (MG) - 8,2
Neves Paulista (SP) - 8,1
Fernão (SP) - 8,0
Itajobi (SP) - 7,5
RUBINÉIA (SP) - 7,5
Cândido Rodrigues (SP) - 7,5
José Raydan (MG) - 7,5
Soledade de Minas (MG) - 7,4
Marapoama (SP) - 7,3
Pedra do Indaiá (MG) - 7,3
Dois Lajeados (RS) - 7,3
Gonçalves (MG) - 7,3
Fonte: Ranking baseado em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
BRASÍLIA - Dos 5.404 municípios avaliados pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), 84,9% atingiram as metas estabelecidas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no ano passado, levando em conta as séries iniciais do Ensino Fundamental das escolas da rede pública.
O Ideb foi criado em 2005 para medir a qualidade do ensino público no país e é calculado a cada dois anos, levando em conta as notas da Prova Brasil e os índices de reprovação. O Inep estabeleceu metas de qualidade que devem ser atingidas pelo país, pelos estados, municípios e pelas escolas. O objetivo é que a média nacional chegue a 6 em 2021.
Em 2009, 50,2% das cidades ficaram acima da média nacional, que foi de 4,6 pontos, em uma escala de 0 a 10. Na avaliação anterior, em 2007, 47% dos municípios conseguiram superar a média, que era de 4,2 pontos.
O pior resultado da avaliação realizada no ano passado foi registrado pelo município de Apuarema, com nota 0,5. A cidade fica no sul da Bahia, a 320 quilômetros de Salvador. Procurada pela Agência Brasil, a secretária de Educação do município, Zaira dos Santos, mostrou-se surpresa com o resultado, mas não quis comentar os motivos do baixo desempenho.
A nota mais alta foi no município paulista de Cajuru, no nordeste do estado, a 360 quilômetros da capital. Lá, a média das notas das escolas da rede pública ficou em 8,6.
Dos 11 municípios com as piores notas nas séries iniciais do ensino fundamental, seis estão na Bahia, dois no Piauí, dois na Paraíba e um no Pará. Dos 13 municípios com as notas mais altas, sete estão em São Paulo, cinco em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul.
Para o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Carlos Eduardo Sanches, a melhora nos resultados, especialmente nas séries iniciais, é reflexo de fatores como o estímulo à frequência na educação infantil, com maior investimentos, e a implantação do ensino fundamental de nove anos, que aumenta o tempo para a alfabetização, garantindo melhor desempenho na trajetória escolar.
Segundo ele, as regiões com melhor desempenho no Ideb são aquelas que contam com uma boa infraestrutura de prédios, biblioteca e acesso à Internet, além de melhores salários e carreira adequada. “Quando há esses insumos, é possível colher resultados melhores. Há uma relação direta entre padrão mínimo de qualidade e resultado do Ideb. Isso está comprovado pela terceira vez”, avalia o dirigente.
PIORES NOTAS:
Município - Ideb 2009
Apuarema (BA) - 0,5
Chaves (PA) - 1,4
Pedro Alexandre (BA) - 2,0
Nilo Peçanha (BA) - 2,1
Manoel Vitorino (BA) - 2,1
Duas Estradas (PB) - 2,2
Santa Inês (PB) - 2,2
São Félix do Piauí (PI) - 2,2
Dario Meira (BA) - 2,2
Pilão Arcado (BA) - 2,2
Bonfim do Piauí (PI) - 2,2
MELHORES NOTAS:
Município - Ideb 2009
Cajuru (SP) - 8,6
Claraval (MG) - 8,2
Neves Paulista (SP) - 8,1
Fernão (SP) - 8,0
Itajobi (SP) - 7,5
RUBINÉIA (SP) - 7,5
Cândido Rodrigues (SP) - 7,5
José Raydan (MG) - 7,5
Soledade de Minas (MG) - 7,4
Marapoama (SP) - 7,3
Pedra do Indaiá (MG) - 7,3
Dois Lajeados (RS) - 7,3
Gonçalves (MG) - 7,3
Fonte: Ranking baseado em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
quarta-feira, 19 de maio de 2010
HISTÓRIA DAS COPAS DO MUNDO
História da Copa do Mundo FIFA
A Copa do Mundo de Futebol da FIFA iniciou em 1928, quando Jules Rimet decidiu criar um torneio internacional. A primeira competição ocorreu em 1930, tendo a participação de 13 equipes convidadas. Com o crescimento da competição, hoje é necessário passar por uma etapa classificatória de dois anos de duração, que conta com a participação de aproximadamente duzentas seleções de países, para participar do campeonato.
Competições internacionais anteriores
A primeira partida internacional de futebol ocorreu em 1872 entre Inglaterra e Escócia. Nessa época, o futebol raramente era praticado fora do Reino Unido. O início da expansão do futebol internacional se deu com a criação da FIFA, em Maio de 1904, então formada por sete países do continente europeu. Com a crescente popularidade, o futebol participou dos Jogos Olímpicos de Verão de 1900, 1904 e 1906 como um esporte de demonstração, sem direito à medalhas, sendo oficialmente introduzido nos Jogos Olímpicos de Verão de 1908.
Organizado pela Federação Inglesa de Futebol, o evento somente era disputado por atletas amadores e era considerada uma competição menor dentro dos Jogos Olímpicos. A seleção amadora da Inglaterra foi campeã em 1908 e 1912.
A FIFA tentou organizar um torneio entre seleções fora do contexto olímpico em 1906, na Suíça, mas a tentativa fracassou. Como os Jogos Olímpicos eram disputados somente por equipes amadoras, as competições envolvendo equipes profissionais começaram a aparecer. Em 1908, foi realizado em Turim, Itália, o Torneo Internazionale Stampa Sportiva e, no ano seguinte, Sir Thomas Lipton organizou o Troféu Sir Thomas Lipton, também realizado em Turim. Ambos os torneios foram disputados apenas por clubes, cada qual de um país diferente. Por não terem sido disputados por seleções, não são considerados antecessores diretos da Copa do Mundo, apesar do Troféu Sir Thomas Lipton ser citado algumas vezes como a primeira Copa do Mundo de Futebol,[1] sendo que o seu predecessor é quase sempre ignorado por ser menos conhecido.
Em 1914, a FIFA reconheceu as competições de futebol dos jogos olímpicos como campeonatos mundiais de futebol amador,[2] e passou a ficar responsável pela organização do evento. Isso possibilitou a oficialização do futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920, onde o torneio foi vencido pela Bélgica.[3] O Uruguai foi campeão em 1924 e 1928, ano em que a FIFA decidiu organizar seu próprio campeonato. Devido aos dois títulos olímpicos e à comemoração do centenário da independência, o Uruguai foi eleito sede da primeira Copa do Mundo.
A primeira Copa do Mundo Oficial
Países participantes da primeira Copa do Mundo FIFA
O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 não queriam incluir o futebol na competição, devido à sua baixa popularidade nos Estados Unidos. A FIFA e o Comitê Olímpico Internacional também divergiam a respeito da definição de "atleta amador" e, então, o futebol ficou fora dos jogos.
Então, o francês Jules Rimet criou a primeira Copa do Mundo, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA (abreviação de Federation International Football Association).
A competição foi realizada em 1930, no Uruguai, convidando um grupo de visionários administradores futebolísticos franceses, liderado na década de 1920 pelo inovador Jules Rimet, que teve a ideia original de juntar as melhores seleções de futebol do mundo para lutar pelo título de campeões mundiais. A taça de ouro original levou o nome de Jules Rimet e foi disputada três vezes nos anos de 1930, antes da Segunda Guerra Mundial interromper o campeonato por doze anos. Foram escolhidas treze seleções previamente selecionadas pela FIFA para participar do evento sem disputa de eliminatórias.
As treze equipes foram sete da América Latina (Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru), quatro da Europa (Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte (México e Estados Unidos).
A escolha do Uruguai como sede constituía um obstáculo à participação de equipes europeias, devido a longa jornada através do Oceano Atlântico, à época realizada em navios. A Seleção Uruguaia sagrou-se campeã e pode ficar, por quatro anos, com a taça Jules Rimet.
Formato de cada campeonato
O número de equipes, bem como o formato final de cada torneio têm variado consideravelmente ao longo dos anos. Na maioria dos torneios, é composto por um round-robin seguido de uma fase única de eliminação (mata-mata).[4]
• 1930: Uma fase de grupo, seguida por uma fase de elimiação com um jogo contando com 4 equipes (os vencedores do grupo; note que não houve decisão de 3º lugar)
• 1934-1938: Eliminação do torneio em um jogo; estes foram os únicos torneios sem uma fase de grupos.
• 1950: Um grupo-fase de início, seguido por outra fase de grupos com quatro times (os vencedores de cada fase); este é o único torneio sem um jogo oficial final.
• 1954-1970: Uma fase de grupos, seguida de uma fase de eliminação com oito times (os vencedores e vice-colocados de cada chave).
• 1974-1978: Uma fase de grupos, seguida por uma segunda fase de grupos com 8 equipes (os vencedores e vice-colocados de cada chave), seguida pela final (os vencedores disputam a final, os vice-colocados o 3º lugar).
• 1982: Uma fase de grupos inicial, seguida por outra fase de grupos com doze times (vencedores e segundos colocados de cada chave), seguida por semifinais e final (com os vencedores da segunda etapa).
• 1986-1994: Uma fase de grupos, seguida por uma fase de eliminação com 16 equipes (os vencedores, segundo colocados e melhores terceiros colocados de cada chave).
• 1998-presente: Uma fase de grupos, seguida por uma fase direta de eliminação com 16 equipes (os vencedores e segundo-colocados).
A Copa do Mundo de Futebol da FIFA iniciou em 1928, quando Jules Rimet decidiu criar um torneio internacional. A primeira competição ocorreu em 1930, tendo a participação de 13 equipes convidadas. Com o crescimento da competição, hoje é necessário passar por uma etapa classificatória de dois anos de duração, que conta com a participação de aproximadamente duzentas seleções de países, para participar do campeonato.
Competições internacionais anteriores
A primeira partida internacional de futebol ocorreu em 1872 entre Inglaterra e Escócia. Nessa época, o futebol raramente era praticado fora do Reino Unido. O início da expansão do futebol internacional se deu com a criação da FIFA, em Maio de 1904, então formada por sete países do continente europeu. Com a crescente popularidade, o futebol participou dos Jogos Olímpicos de Verão de 1900, 1904 e 1906 como um esporte de demonstração, sem direito à medalhas, sendo oficialmente introduzido nos Jogos Olímpicos de Verão de 1908.
Organizado pela Federação Inglesa de Futebol, o evento somente era disputado por atletas amadores e era considerada uma competição menor dentro dos Jogos Olímpicos. A seleção amadora da Inglaterra foi campeã em 1908 e 1912.
A FIFA tentou organizar um torneio entre seleções fora do contexto olímpico em 1906, na Suíça, mas a tentativa fracassou. Como os Jogos Olímpicos eram disputados somente por equipes amadoras, as competições envolvendo equipes profissionais começaram a aparecer. Em 1908, foi realizado em Turim, Itália, o Torneo Internazionale Stampa Sportiva e, no ano seguinte, Sir Thomas Lipton organizou o Troféu Sir Thomas Lipton, também realizado em Turim. Ambos os torneios foram disputados apenas por clubes, cada qual de um país diferente. Por não terem sido disputados por seleções, não são considerados antecessores diretos da Copa do Mundo, apesar do Troféu Sir Thomas Lipton ser citado algumas vezes como a primeira Copa do Mundo de Futebol,[1] sendo que o seu predecessor é quase sempre ignorado por ser menos conhecido.
Em 1914, a FIFA reconheceu as competições de futebol dos jogos olímpicos como campeonatos mundiais de futebol amador,[2] e passou a ficar responsável pela organização do evento. Isso possibilitou a oficialização do futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920, onde o torneio foi vencido pela Bélgica.[3] O Uruguai foi campeão em 1924 e 1928, ano em que a FIFA decidiu organizar seu próprio campeonato. Devido aos dois títulos olímpicos e à comemoração do centenário da independência, o Uruguai foi eleito sede da primeira Copa do Mundo.
A primeira Copa do Mundo Oficial
Países participantes da primeira Copa do Mundo FIFA
O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 não queriam incluir o futebol na competição, devido à sua baixa popularidade nos Estados Unidos. A FIFA e o Comitê Olímpico Internacional também divergiam a respeito da definição de "atleta amador" e, então, o futebol ficou fora dos jogos.
Então, o francês Jules Rimet criou a primeira Copa do Mundo, em 1928, após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial: a FIFA (abreviação de Federation International Football Association).
A competição foi realizada em 1930, no Uruguai, convidando um grupo de visionários administradores futebolísticos franceses, liderado na década de 1920 pelo inovador Jules Rimet, que teve a ideia original de juntar as melhores seleções de futebol do mundo para lutar pelo título de campeões mundiais. A taça de ouro original levou o nome de Jules Rimet e foi disputada três vezes nos anos de 1930, antes da Segunda Guerra Mundial interromper o campeonato por doze anos. Foram escolhidas treze seleções previamente selecionadas pela FIFA para participar do evento sem disputa de eliminatórias.
As treze equipes foram sete da América Latina (Uruguai, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Peru), quatro da Europa (Bélgica, França, Iugoslávia e Romênia) e duas da América do Norte (México e Estados Unidos).
A escolha do Uruguai como sede constituía um obstáculo à participação de equipes europeias, devido a longa jornada através do Oceano Atlântico, à época realizada em navios. A Seleção Uruguaia sagrou-se campeã e pode ficar, por quatro anos, com a taça Jules Rimet.
Formato de cada campeonato
O número de equipes, bem como o formato final de cada torneio têm variado consideravelmente ao longo dos anos. Na maioria dos torneios, é composto por um round-robin seguido de uma fase única de eliminação (mata-mata).[4]
• 1930: Uma fase de grupo, seguida por uma fase de elimiação com um jogo contando com 4 equipes (os vencedores do grupo; note que não houve decisão de 3º lugar)
• 1934-1938: Eliminação do torneio em um jogo; estes foram os únicos torneios sem uma fase de grupos.
• 1950: Um grupo-fase de início, seguido por outra fase de grupos com quatro times (os vencedores de cada fase); este é o único torneio sem um jogo oficial final.
• 1954-1970: Uma fase de grupos, seguida de uma fase de eliminação com oito times (os vencedores e vice-colocados de cada chave).
• 1974-1978: Uma fase de grupos, seguida por uma segunda fase de grupos com 8 equipes (os vencedores e vice-colocados de cada chave), seguida pela final (os vencedores disputam a final, os vice-colocados o 3º lugar).
• 1982: Uma fase de grupos inicial, seguida por outra fase de grupos com doze times (vencedores e segundos colocados de cada chave), seguida por semifinais e final (com os vencedores da segunda etapa).
• 1986-1994: Uma fase de grupos, seguida por uma fase de eliminação com 16 equipes (os vencedores, segundo colocados e melhores terceiros colocados de cada chave).
• 1998-presente: Uma fase de grupos, seguida por uma fase direta de eliminação com 16 equipes (os vencedores e segundo-colocados).
quinta-feira, 6 de maio de 2010
REVENDO MEUS CONCEITOS
Recomeçar
Chegou à hora de recomeçar
Rever conceitos
Avaliar amizades
Eliminar definitivamente os fantasmas do passado
Se cobrir em um casulo
E apenas renascer
Um novo “EU”
Alguém melhor
Um alguém mais forte
Com coragem para enfrentar todos os apocalipses
E encontrar o maior e mais belo amor...
O amor próprio
Como disse Mario Quintana em seu poema, o segredo não e correr atrás das borboletas,
É cuidar do jardim para que elas venham ate você!
Recomeçar do zero
Corrigir defeitos
Aprimorar qualidades
Realizar seus sonhos
Correr atrás do que é importante para você
Vencer a maior de todas as batalhas, a contra você mesmo.
A muitos dragões para serem enfrentados...
E muitas princesas a serem resgatadas de suas torres,
Só não posso mais esquecer de verificar se elas querem mesmo ser resgatadas
Não enfrente dragões que não valham à pena
Sofre-se muito nessas batalhas.
É difícil resumir mais deixo aqui um final que na verdade é apenas o inicio
Mais que nunca aprendi que ser eu mesmo é mais fácil, porque um dia a marcara cai e talvez a verdadeira face assuste alguns...
Que Deus me de forças para fazer essa faxina geral no meu jardim... Talvez de certo, pois o maior dos jardineiros é meu Deus, mais sei também que é meu melhor AMIGO!
Cleidson Amorim
Consequências
Ciclos, idas e vindas, profundezas... Tempo.
Conceitos, atitudes, regras... Querer e poder, poder e não querer.
São tantas as variações que ocorrem em nossas vidas, e
ainda, em velocidade tão meteórica, que por vezes, e muitas vezes,
nos vemos incapazes de acompanhar todos os movimentos.
Então o que fazer para não enlouquecermos nessa teia gigantesca de incertezas que evolvem as mais variadas questões?
Eis o maior dos vilões, apresento-lhes as Consequências.
E isso me faz refletir...
O que verdadeiramente levamos em conta, qual é a prioridade?
Nossas vontades? Ou as consequências das nossas vontades?
Consequências, e de goleada, colocamos as tais a frente dos nossos desejos, dos nossos planos, das nossas paixões.
Tudo o que vamos fazer, ou que pensamos em fazer, tem tropeço certo nessa relativa comprida palavrinha de significado vasto e por quase sempre, devastador... Consequências.
Mas proponho:
Não seria hora de esquecer um pouco as consequências, deixar de lado a vilã, e dar um pouco mais atenção aos desejos? As vontades? As coisas que nunca fez por medo do que pode vir a acontecer?
Não seria hora de tentar provar que essas tais consequências tem o papel de mutilar sonhos, sufocar anseios, gerar arrependimentos, provocar o remorsos, dissipar infelicidades, anular as pessoas.
Olhem o quanto essas tais consequências martirizam, destróem, infernizam, frustram e entristecem.
E ainda existe um agravante, não há como fugir das consequências, mesmo seguindo à risca os parâmetros éticos e morais, respeitando as consequências, olhem só, agora ela muda de lado, em consequência disso, nossas vidas ficam para trás.
Tudo acaba tendo uma consequência, e assim, os sonhos terminam ao amanhecer. Se vão como os lençóis que saem da cama e seguem direto para a máquina de lavar roupas.
Bom, está certo! Vivemos, nos esforçamos e crescemos até onde deu, não é mesmo?
Mas será que tentamos e crescemos até onde poderíamos de verdade?
Será mesmo que a idade é sinônimo de sabedoria? Nos preocupamos em adquiri-la quando mais jovens? Quais seriam as consequências?
Porque muitas vezes quando jovens deixamos o homem ou a mulher da nossa vida simplesmente escapar por entre os dedos? Por causa das consequências.
Por que alguém que ama turismo se forma em psicologia? Por causa das consequêncais.
E assim se vão infinidades de ideais não realizados pelo simples fato de não realizar, contrariedades e mais contrariedades, falta de nexo, ausência de força.
Vale lembrar que além de ser o que é, pior ainda são as consequêncais incutidas, isso mesmo, as que não são de nossa autoria ou reflexão,essas são de matar.
Gente frustrada, gente invejosa, gente hiperprotetora, gente infeliz, gente que quer te ver pelas costas... Gente de tudo quanto é espécie, que não deixa um só instante de alertar sobre as consequências, e vindo dessas pessoas, as consequências são sempre as piores possíveis.
O melhor mesmo é viver a vida, do contrário, num futuro próximo, deixar isso de lado poderá sim, ter consequências irreversíveis.
Lamentações que jamais deixaremos de sentir pesar no peito, e um gosto amargo de uma consequência não calculada, por conta do medo calculado e errôneo,
que nos fez achar que essas consequências seriam as melhores possíveis.
Ao menos algumas vezes na vida seja inconsequente e veja que talvez as consequências sejam bem melhores do que se imagina.
Alexsander Bengaly
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